Lisboa tem hoje motivos para festejar e para recordar, a quem interesse perceber o motivo das coisas.
Em 1888 nasceu neste dia Fernando António Nogueira Pessoa, grande poeta português. Diz-se que o seu nome se deve ao santo padroeiro do dia do seu nascimento, Santo António.
Santo António que nasceu português Fernando Martins de Bulhões, só viria a tornar-se António quando abraçou o caminho espiritual, inspirando-se em Santo Antão, e só se tornou santo após a morte.
Santo António nasceu em 1189, perto do templo de Mercúrio, o deus pagão da alegria, influência dos romanos que viveram em Lisboa até ao século III. Por sua vez os romanos roubaram o deus Hermes aos gregos, tornando-o Mercúrio. A história não é criada, é reinventada ou melhor, reconvertida às conveniências da época.
Santo António ordenou-se padre em 1218 e aderiu à ordem dos franciscanos após conhecer, em Itália, Francisco de Assis, patrono dos pobres. Foi um pregador muito mediático, diríamos no século XXI. Pregou no século XIII apoiando a causa católica que ganhava terreno em Portugal.
Os seus dotes de orador levaram-no além fronteiras e aos 42 anos, em 1231 morreu em Pádua, Itália, onde é considerado com muito respeito e importância. Aliás os italianos sempre o consideraram sei, ateus incluídos.Já nós atribuímos-lhe várias crenças relacionadas não só com a festa mas com a abundância e o casamento.
Portanto, Hermes da Grécia veio dar lugar a Mercúrio de Roma, que deu lugar a Santo António português de Pádua que partilha o dia com o poeta Fernando Pessoa, que por sua vez tem o nome de baptismo e o nome religioso do santo.
E hoje, evite comer sardinhas de aquacultura e espalhar mais lixo no chão, leia um poema e homenageie a simplicidade da vida.
