top of page
  • Foto do escritorDra. Fátima Santiago

A criança como ser completo

Hoje li um livro sobre a pedagogia Montessori, criada pela médica Maria Montessori no início do século passado. As primeiras observações da Dra. Maria Montessori que contribuíram para a criação deste modelo de educação integrado foram crianças com deficiências emocionais e mentais que viviam num hospício com enormes carências sensoriais.


Ler sobre esta pedagogia é ao mesmo tempo aprender ou percepcionar as crianças de uma outra forma: encará-las como iguais, como pequenos adultos, com vontade que devem ser ouvidos e respeitadas. Aos pais cabe-lhes a tarefa de colocar limites mas defini-los em consonância com o nível de compreensão da criança, tendo em conta o seu néo-cortex em desenvolvimento.


Este aspecto, a propósito do nível de desenvolvimento cerebral, ajuda-nos também a compreender alguns características das crianças, que encaramos muitas vezes com respostas exacerbadas e autoritárias. A honestidade, a impulsividade e a repetição são padrões perfeitamente normais numa criança pronta a dizer e a fazer o que sente até dominar uma tarefa e sentir-se capaz.

Mesmo nós, os pais, erramos muitas vezes em decidirmos sobre a felicidade dos nossos filhos. Dar-lhes espaço, questioná-los, compreendê-los requer muita aprendizagem do nosso lado - adultos soberbos que acham que sabem tudo e que decidem sozinhos o que é melhor sem considerar o meio e a criança. O meio faz parte da tríade na educação Montessori, é o terceiro elemento a par com o pedagogo ou professor e a criança. Se trocarmos pedagogo por pai ou mãe, devemos também considerar que as nossas decisões devem ter em conta o meio, o ambiente, e não o nosso egoísmo e prepotência.


É preciso altruísmo e maturidade para se compreender e decidir sobre o bem-estar de uma criança. Além do meio, há que ter em conta as especificidade dessa criança e a suas necessidades. Há muitos pais a tomar decisões sobre a vida dos seus filhos sem terem a coragem de os incluirem. E hoje em dia a informação sobre o desenvolvimento da criança, as suas necessidades e as várias abordagens da educação estão disponíveis. Nem sempre agimos por amor, muitas vezes o despeito e o orgulho comandam o nosso coração.


A propósito deste tema, recordo o artigo As relações que escrevi em tempos a propósito das crianças no meio de discórdia dos pais.





7 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
  • Facebook
  • Instagram

 

 

©  2024 por Medicina Integrativa Dra. Fátima Santiago

bottom of page