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  • Foto do escritorDra. Fátima Santiago

A floresta

No jornal Página Um leio que desde há 5 anos e meio já foram autorizados abates de 13.163 sobreiros e de 72.433 azinheiras. Árvores que Portugal considerava e preservava no tempo da I República e no Estado Novo.

Números impressionantes justificados pela geral e abstracta 'utilidade pública', sempre dúbia e duvidosa.

Quer as justificações sejam empreendimentos turísticos, centrais fotovoltaicas, parques eólicos ou ligações ferroviárias, as medidas de compensação, quando acontecem, são insuficientes.

Habituámo-nos a considerar a natureza um empecilho à nossa sede de progresso, indispensável para melhorar as condições de vida...de quem? E que vida teremos com um deserto de eucaliptos e pinheiros bravos?

Por um lado o abate autorizado do Governo, por outro os incêndios com mão criminosa. E quem ganha com os incêndios?


Já em 2016 uma empresa de helicópteros pesados ao serviço da Autoridade Nacional da Proteção Civil foi investigada pela PJ.

Mas não são só as empresas que apagam os fogos e as pessoas que os apagam e acendem e perpetuam: somos todos nós que mais uma vez investimos mais dinheiro no combate às chamas do que na Prevenção ! E aposto que este texto vai passar ao lado dos meus seguidores pois diz a verdade é a verdade incomoda! Durante o Inverno poderíamos colocar toda a Proteção Civil, Bombeiros incluídos e Militares também, na BENDITA PREVENÇÃO dos FOGOS: A pergunta é: MAS PREVENIR SERÁ RENTÁVEL?

Vivemos numa Sociedade de Consumo e em que todos queremos consumir. Para tal é necessário manter um padrão de produção contínuo, mesmo que este seja ignóbil e de consequências desastrosas a muito curto prazo e de efeito já sentido pela maioria de nós, mas que não tem voz.

Não adiante a ONU alertar e continuarem (na ONU) a comer bons bifes e a aceitar o petróleo como ainda a base da política energética.

A questão central deste texto e da qual não quero prescindir é a de que a ética social e ambiental, deixam muito a desejar no nosso país. Deveria ser do senso comum que a poluição é crime, seja feita ou autorizada por cidadãos, empresas ou governos e que as florestas são sagradas e que projectos de 'utilidade pública' devem contornar a floresta e não abatê-la.

Sem a floresta não sobrevivemos por mais tecnologia e progresso que haja. Mas a imbecilidade do ser humano é tão grande que corta a árvore por lhe fazer sombra, sem perceber que é dessa sombra que sua vida precisa.

Mas será que alguma vez e em tempo útil, aprenderemos com os erros? Se ainda não aprendemos, duvido que em tempo útil, alguma vez aprendamos. Notícia no jornal Página Um, aqui.




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