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  • Foto do escritorDra. Fátima Santiago

A importância da linguagem


Já se apercebeu que usamos, muitas vezes, termos da área tecnológica para nos referirmos a nós próprios e às relações com os outros? Já ouviu, certamente, os profetas do desenvolvimento pessoal falar em conexão ('estou conectada comigo'). Porque deixámos de dizer ligação e passámos a dizer conexão? Certo que são sinónimos mas a lírica da palavra é diferente e conexão está associado a máquinas e não a corações.

Já leu algures alguém a escrever tod@s em em vez de todos ou todas, no sentido de se afirmar como não binário, ou seja, pessoa que não se identifica nem com palavras do género feminino nem com palavras do género masculino, acusando os géneros de exclusão e querendo criar a linguagem neutra. Ora, havendo dois sexos na espécie humana e dois géneros na língua portuguesa, esta proposta tem contornos mais complexos do que a aparente grafia. É preciso compreender que a nossa natureza tem efectivamente dois sexos, logo a linguagem terá dois géneros.


Já o novo acordo ortográfico, que já não é novo e nunca foi acordo, já que o Brasil nunca fez questão, não respeita a correcta evolução da nossa língua com origem no Latim. Teto ou tecto? Precisamos deste 'c' mudo para abrir a vogal 'e' e dizer correctamente a palavra. Quem estuda latim hoje nas escolas? Que falta que faz!

Por curiosidade: sabia que 'de cor', do latim 'cor, cordis', significa 'de coração'? Portanto, o saber de cor acontece porque está ligado ao coração, o órgão símbolo das emoções e da paixão. O que nos apaixona e o que nos comove decoramos e memorizamos. Interessante, não é?


É importante conhecer a origem das palavras tal como é necessário conhecer os contextos históricos e sociais da criação das obras para que as possamos compreender, pelo menos. Faz algum sentido alterar obras de arte literárias, independentemente da época em que foram criadas? Alterar termos tendo em conta a sensibilidade de certas pessoas que poderão sentir-se ofendidas? Isto é querer imbecilizar as pessoas, poupando-as de experiências humanas como a reflexão, a crítica, a dor e a transformação. Alterar obras de arte: livros, esculturas, pinturas, etc, é alterar a história com a conivência da democracia (a ditadura da maioria). Não podemos apagar a história, embora isto me pareça que está a acontecer. A seguir vamos apagar as guerras, as ditaduras e os massacres e fingir que o mundo é bom, cor-de-rosa com fadas e criaturas robotizadas que nos querem ver felizes, sem problemas e imortais. O jardim do éden é uma metáfora que continuamos sem compreender. As figuras de estilo que todos estudam e todos esquecem são essenciais para se compreender a arte no geral e criar novas ligações neuronais que nos farão ser mais inteligentes a nível emocional e mais capazes a nível criador e artístico.


A humanidade é humana porque nasce, morre, sente dor, felicidade, sente ofensa e sente elogio. A humanidade tem problema e soluções, mata e cria, tem luz e sombra, esta aparente dualidade são os dois lados da mesma moeda, a mesma moeda.




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