Cristo não era cristão nem Buda alguma vez foi budista.
Esta frase resume muito do que aqui escrevo.
A paz, a verdade e uma espécie de plenitude tornaram-se desde sempre negócios de compra e venda. Uma venda tão longa quando o tempo de vida do cliente. A fé é talvez o maior produto de todos os tempos. Engloba o núcleo familiar, a restante família, os amigos e uma sociedade e ainda gerações posteriores. Veja-se como somos regidos pelo calendário católico de celebrações e festividades. Temos as férias de Natal e o subsídio de natal (alguns, claro!).
Quando compreendermos que somos nós (enquanto partícula da Fonte) a fonte, constataremos que é em nós que está a paz e o bem-estar. O divino que procuramos fora de nós, em pessoas que já morreram (magníficas na maioria das vezes e iluminadas ), em ideais e convicções que foram criadas e alteradas há milhares de anos e que não vamos replicando na essência original,essa fixação cega na forma e não no conteúdo, retira-nos o poder pessoal e logo a liberdade.
O desenvolvimento pessoal é pessoal, não deve estar assente em práticas obsessivas nem em gurus, nem deve ser uma procura entregue a outra pessoa pseudo iluminada. O caminho é individual, apesar de ser construído com base nas relações que vamos tendo ao longo da vida. É na relação com outros que transmutamos o que está dentro de nós.
Pense nisto quando colocar toda a sua vida, a sua emoção e a sua sanidade num relacionamento de dependência. O companheirismo e a parcerias são essenciais à vida, a dependência não. O apego pode ser bastante perigoso e levar a casos de angústia, ansiedade e violência.
Informe-se, conheça as perspectivas de filósofos e humanistas. Não se esqueça da história, da dominação, do poder, do conflito e da guerra constante. Procure conhecer-se. Não tenha medo da solidão nem do pensamento. Se for a mesma pessoa de há 5 anos, poderá não estar a evoluir em consciência.
A saúde das emoções é essencial à saúde dos órgãos e vice-versa. Procure na natureza a simbiose com o que sente e pensa. Procure apoio,mas nunca esqueça que o seu único medo é o da solidão,a prova exacta que veio superar.
Na foto: Giordano Bruno condenado à morte pela Inquisição.
