Há um provérbio chinês que diz mais-ou-menos assim 'A pessoa que diz que não é possível fazer não deve interromper a pessoa que está a fazê-lo', eu escreveria 'A pessoa que não faz não deve dificultar quem está a tentar'.
As mudanças são possíveis, a perfeição não. Mais vale fazer qualquer coisa do que nada? Sim. Mais vale contagiar pela palavra, pela conversa, pelo testemunho do que ficar calada no meu lugar de privilégio? Sim. Mais vale ter vontade mesmo sem hipótese de acção do que rejeitar à partida o desconhecimento ou o novo, o estranho e diferente? Sim.
O ser humano é por natureza incoerente e complexo mas ainda assim deve reger-se por ideais que acima de tudo preservem os sentidos de fraternidade, igualdade e respeito.
Num nível mais individual, deve acima de tudo procurar desenvolver as suas capacidades sem ultrapassar e pisar o outro e medir a ambição por dinheiro e poder, que faz agigantar o ego e perder a fronteira do bom-senso. E desenvolver as capacidades inclui, obviamente, a capacidade de pensar, de se conhecer e conhecer as suas necessidade e limites. O grande problema da maioria das pessoas é que passa um via inteira sem saber como encontrar equilíbrio emocional, espiritual e físico.
Com uma análise cuidada e perspicaz todos sabemos mais-ou-menos o que nos destabiliza, o que interfere com o nosso bem-estar, energia e saúde. Se não puder evitar, pelo menos tente, pelo menos diminua a exposição a tudo o que prejudica o seu equilíbrio emocional, bem-estar espiritual e saúde física.
E cuidar de nós, é cuidar do outro e do mundo onde vivemos. A mudança é individual mas o impacto colectivo. Nunca se esqueça que mudamos os outros, mudando-nos primeiro a nós e nos outros reconhecemos o que precisamos mudar em nós. Vivemos em simbiose, somos iguais, uns mais do que outros, mas nas relações que criamos aprendemos mais sobre nós, do que sobre o outro.
