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  • Foto do escritorDra. Fátima Santiago

A última moda

Já reflectiu sobre a pegada ecológica da roupa? Já fez a relação entre a roupa que em média um português tinha nos anos 90 e nos anos 20 deste século? Em 2023 um armário não chega para a roupa de uma estação de uma pessoa, a compra de roupas usadas não se popularizou e continuamos a assistir à loucura dos saldos e das roupas baratas. Sem falar na cadeia de produção, a montante, cuja ética deixa muito a desejar, a jusante deparamo-nos com uma lixeira sem fim.

Lê-se numa notícia da revista Sábado: ''Pelo menos 39 mil toneladas de roupa enchem aterros do deserto de Atacama, no Chile - e já são visíveis do espaço. As roupas são produzidas na China ou no Bangladesh e são enviadas para as lojas nos Estados Unidos, Europa e Ásia. Quando estas não são vendidas, vão para os aterros no Chile.

A indústria da moda é das mais poluentes, contribuindo com entre 2 e 8% das emissões de carbono do planeta. As roupas não podem ser enviadas para os aterros municipais porque a maioria contém produtos químicos que não são biodegradáveis. Cerca de 87% dos têxteis produzidos anualmente acabam descartados contribuindo para o desperdício de água e poluição de rios e oceanos.'' https://www.sabado.pt/.../a-montanha-de-roupa-no-deserto...

As roupas de poliéster, material oriundo do petróleo, são de péssima qualidade mas demoram 200 anos a desintegrarem-se. Se forem queimadas causam altos níveis de poluição no ar, se forem enterradas poluem o solo e a água. O ar a terra e o solo estão interligados da mesma forma que os nossos órgãos estão ligados, é uma ignorância atroz considerarmos que a poluição desaparece porque deixamos de a ver no ar, na água ou no solo, um contamina os outros quer seja com substâncias não visíveis a olho nu, quer seja com microplásticos.

A solução passa pela acção dos consumidores: usar menos e comprar em segunda mão, de forma a desencorajar as grandes marcas a seguir ou aumentar o actual ritmo de produção. E isto pode começar por uma alteração de comportamento dos líderes de opinião, artistocracia e figuras públicas. Se a população vir estas figuras a repetir modelitos e a usar roupa em segunda mão talvez as pessoas se consciencializem que o julgamente sobre a quantidade de roupa do outro é uma forma de incentivar a poluição e que vale a pena investir no que já existe e pressionar as grandes marcas a investirem mais na reciclagem do que na produção nova e da gestão do lixo.

É que senhores e senhoras, podemos virar a cara para o lado mas o lixo já é tanto que não cabe debaixo do tapete. Olhe para os rios e o que já não cabe no fundo vem à tona e quando está à tona, o fundo está podre.




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©  2024 por Medicina Integrativa Dra. Fátima Santiago

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