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  • Foto do escritorDra. Fátima Santiago

Alergias e Intolerâncias Alimentares

Atualizado: 7 de ago. de 2019


Artigo publicado há 20 anos mas muito actual e muito importante:


"A incidência das doenças alérgicas tem vindo a aumentar; admite-se actualmente que 7 a 10% das crianças são alérgicas, no Mundo Ocidental. A alergia tornou-se um problema de Saúde Pública e, como tal, a prevenção é a melhor arma para lidar com ele, e a melhor prevenção é o ensino aos pais.

Temos em 1º lugar de perceber que somos um Ecossistema aberto - (Corpo Físico) dentro de um outro Ecossistema (a Terra) com o qual interagimos em permanência numa permuta constante e sempre em equilíbrio dinâmico. Portanto, o ar que respiramos, a água que bebemos, a roupa que vestimos, a comida que comemos, torna-se parte do nosso corpo físico, vinda do Mundo que nos rodeia, o Mundo dentro do qual e a partir do qual fomos construídos e que construímos continuamente.


Assim, deve ser abordada a doença, sobretudo a doença alérgica, como a resultante de uma dinâmica de vida (de troca de vida) em desequilíbrio (dinâmico).

A alimentação é importantíssima, pois facilmente se percebe que somos o que comemos e bebemos. No entanto, abordar a alimentação sob um prisma completamente científico é difícil, porque é muito difícil validar cientificamente um tema tão vasto como a alimentação. Há perguntas importantes que não têm respostas concretas ainda, tais como:

1) Há regimes alimentares sem déficits de nutrientes e não alergisantes e que não prejudiquem o desenvolvimento psico-motor das crianças?

2) Será que o regime alimentar seguido pela Mãe durante a gravidez e a amamentação é importante na prevenção da expressão do terreno alérgico do filho?

3) É o leite necessário para o crescimento dos ossos das crianças e para prevenir a osteoporose nos idosos?

4) O que é a intolerância à lactose?

5) Será que a alimentação pode prevenir e tratar doenças alérgicas?

6) Será que a alimentação estará relacionada com o cancro?

7) Será que a obesidade estará relacionada com o cancro?

8) Porque é que a maioria dos ocidentais, embora gordos, são hipoglicémicos de base?

9) Será que a terapia hormonal de substituição previne ataques cardíacos?

10) Será que o ferro contido na carne é mesmo indispensável à alimentação, não podendo ser substituído por vegetais verdes correctamente cozinhados?

11) E as dioxinas contidas sobretudo nos alimentos de origem animal, de uma forma ainda mais concentrada no leite materno?

A estas e outras perguntas irei tentar responder de uma forma clara e fundamentada, quer científica quer empiricamente.

1) Não há dúvida de que os primeiros alergenos encontrados pela criança, são os alergenos alimentares, às vezes no decurso do aleitamento materno e depois, durante a diversificação alimentar, com os leites de vaca adaptados e que contêm certos óleos e aromas. Seguidamente e só seguidamente, a criança sensibiliza-se aos alergenos inalados - os pneumoalergenos - ácaros, pelos de animais, etc...; factores não específicos como o tabagismo passivo, a poluição, as infecções respiratórias virais e as infecções gastrointestinais, facultam posteriormente a expressão de um possível terreno alérgico herdado subjacente e a própria sensibilização alérgica.

Há possibilidade de evitar isto?

Na base da maioria das disfunções metabólicas está a inflamação crónica e a tendência para acidez que provoca no sistema sanguíneo…que irriga todas as células, e que provoca no tempo, lesões de órgão, conforme a genética de cada um…A homeostasia pretende um pH sanguíneo constante…Se ingerirmos desde crianças comidas ácidas e processadas, o intestino (o primeiro cérebro actualmente o eixo intestino-cérebro), pode ficar permanentemente lesado…sendo o ponto de partida para repetir padrões errados à distancia…


É importante perceber que se somos um corpo em combustão lenta e que produz radicais livres de oxigénio, quanto mais tempo permanecerem nos intestinos alimentos em putrefacção, sobretudo se forem de origem animal de sangue quente, mais libertamos factores pró inflamatórios em cascata…Se tratarmos depois os sintomas apenas, passado algum tempo estes vão-se manifestar doutra forma e noutro lugar…vamos a outro especialista…com outros sintomas etc...

Pode uma criança, um bebé mesmo, após o desmame, ser alimentado de um modo não alergisante?

E come o quê?

Um bebé de 3 meses ou menos, após o desmame pode ser alimentado correctamente sem leite de vaca e sem qualquer produto de origem animal, cujas proteínas são as mais alergisantes, como se sabe, e sem quaisquer défices em oligoelementos: Se cozinharmos em fogo lento arroz integral, aveia, arroz glutinoso, feijão azuki e sementes de sésamo previamente tostados com uma tira de alga kombu e água nas proporções correctas e adoçarmos com mel de arroz e/ou malte de cevada, temos aqui um leite extremamente nutritivo que pode ser tomado a partir do desmame até aos seis meses e posteriormente enriquecido com cevada integral, centeio integral - tudo em grão. A partir dos seis meses, mantendo esta papa pode iniciar sopa de legumes diária, com um pouco de tofu (bio, não geneticamente modificado) duas vezes por semana e fruta cozida ou crua (maçã) não tropical. Pode sempre enriquecer as papas e sopas com um pouco de levedura de cerveja e gérmen de trigo, além do azeite ou óleo de sésamo ou óleo de cártamo, etc.

E o mais difícil está feito, depois é só diversificar.

Neste momento há estudos científicos que validam regimes vegetarianos sem leite para crianças como sendo seguros e preventivos de obesidade, diabetes, dislipidémias, alergias, etc... etc... (1), (2), (3)

2) Obviamente que um regime alimentar deste tipo numa grávida com antecedentes pessoais e familiares alérgicos pode perfeitamente diminuir a probabilidade de expressão do terreno alérgico no seu filho. (4)

E o leite? (5), (6), (7), (8), (9), (10), (11)

Não há dúvida de que os ossos se tornaram num grande negócio. É só ligar a TV, a rádio, folhear revistas - ver-se-ão dezenas de peças, artigos e publicidade desde leites enriquecidos e aromatizados a suplementos lácteos - tudo para uma mais rápida e eficaz solução para ter bons ossos durante muito tempo.

Recentemente alguns médicos e nutricionistas americanos fizeram estudos relativamente a este assunto e surpreendentemente chegaram a conclusões diferentes.

A maioria das crianças desenvolve ossos saudáveis somente por serem crianças activas, que se mexem muito.

Um estudo recente constatou que adolescentes inactivos tinham uma mais baixa densidade óssea por volta dos dezoito anos do que os da mesma idade que praticavam regularmente exercício físico; os investigadores também constataram que a quantidade de cálcio consumido - do leite e de outras fontes - não teve qualquer efeito na sua densidade óssea.

As proteínas do leite, o açúcar do leite e as gorduras saturadas do leite, podem pôr em risco a saúde das crianças e levar ao desenvolvimento de doenças crónicas como a obesidade, diabetes e à formação precoce de placas de arteriosclerose.

As cólicas são outro grande problema dos bebés que bebem leite de vaca. Um em cada cinco bébes tem cólicas. Os pediatras já viram há muito tempo que o leite de vaca era frequentemente o culpado. Nós agora sabemos que as mães que amamentam podem ter bebés com cólicas se estas consumirem leite de vaca; Os antigénios do leite de vaca passam através da corrente sanguínea da mãe para o seu leite e daí para o bebé. Adicionalmente várias alergias alimentares parecem estar relacionadas com o consumo de leite, especialmente em crianças, bem como obstipação nos bebés levando às vezes a fissuras anais sangrantes.

- Então quais são os alimentos que fornecem às crianças normalmente activas os melhores e mais facilmente assimiláveis nutrientes, nomeadamente o cálcio? (5), (6), (7), (8), (9), (10), (11)

Os investigadores verificaram que as vitaminas C e K, o potássio e o magnésio são vitais. Estes ingredientes encontram-se nos citrinos, pepinos, bananas, vegetais de rama verde, feijões e grãos, grão de soja e derivados e de outros vegetais. É que o cálcio contido nalgumas plantas (vegetais) como couves e espinafres, é duas vezes melhor absorvido que o cálcio do leite - e sem a gordura, antibióticos e hormonas.


Estes Investigadores da Universidade de Yale verificaram as percentagens de fracturas do colo do fémur em dezasseis países e constataram que nos países em que o consumo de carne, peixe, ovos e leite era o mais elevado per capita - havia a maior percentagem de fracturas.

É que as proteínas de origem animal parecem estimular a deterioração óssea e perda de cálcio.


Poucos pais se apercebem, mas o sal, a cafeína e o tabaco, também originam perda de cálcio.

Pode, por outro lado, reduzir-se o risco de osteoporose reduzindo a ingestão diária de proteínas de origem animal e de sódio e aumentando a ingestão de cereais integrais, leguminosas, vegetais de rama verde e praticando actividade física regular.

(4) A intolerância à lactose (12) é comum em muitas populações, afectando aproximadamente 95% Americanos de origem Asiática 53% de Americanos de origem Mexicana e 15% de Caucasianos. Sintomas entre os quais perturbações gastrointestinais, diarreias, flatulência, cólicas do recém - nascido, ocorrem porque estas pessoas não possuírem o equipamento enzimático necessário para digerirem a lactose. Adicionalmente, ao insistirem no consumo do leite - os que não desenvolverem alergia verdadeira - desenvolvem alguma tolerância mas correm o risco de desenvolverem outras doenças crónicas.

3) E o que é a intolerância à lactose? (12)

A Intolerância à lactose é a incapacidade de digerir o açúcar que o leite contém, a lactose, o que causa sintomas gastrointestinais, flatulência, aerofagia e diarreias em alguns indivíduos. Isto resulta de uma falta de enzimas que "cortam" a lactose em açúcares mais simples, a glucose e a galactose.

Virtualmente todas as crianças possuem as lactases que tornam possível a absorção da glucose e galactose através do sangue. Até mais ou menos 1960, a maioria dos profissionais de saúde pensava que estas enzimas também estavam presentes em todos os adultos; quando investigadores testaram vários grupos étnicos para comprovar esse facto, afinal os resultados foram exactamente o oposto: aproximadamente 70% dos Afro-americanos, 90% dos Ásio-americanos, 53% dos Hispano-americanos e 74% dos Índios Americanos eram intolerantes à lactose.

Vários outros estudos também demonstraram que uma substancial redução na actividade da lactase também era comum nas populações cujos ascendentes eram Árabes, Judeus, Italianos ou Gregos.

Em 1988 o American Journal of Chemical Nutrition, publicou um estudo que constatou que este padrão era a norma genética e a actividade da lactase persistia apenas numa maioria de indivíduos originários da Europa do norte ou em algumas populações mediterrâneas.

Por outras palavras, os Caucasianos toleram o açúcar do leite porque herdam uma mutação genética.

Cerca de 75% da população mundial, perde as enzimas que desdobram a lactose após o desmame! O reconhecimento deste facto fez com que se alterasse a terminologia sobre este assunto: os que não digeriam a lactose eram dantes apelidados de "intolerantes à lactose". Agora são olhados como "normais" enquanto que os adultos que conservam o seu equipamento enzimático são chamados de "persistentes em lactase"

- E os contaminantes? (13), (14)

As hormonas sintéticas como a hormona de crescimento recombinante bovina (RBGH) são comummente usadas nas vacas leiteiras para aumentar a sua produção de leite. Devido ao facto de estarem a produzir as enormes quantidades de leite para as quais não estavam preparadas, as vacas desenvolvem mastites, as quais têm de ser tratadas com antibióticos, muitas vezes preventivamente.

Antibióticos, hormonas, mais os pesticidas usados na sua alimentação, sem contar com restos de animais contidos nas rações destes animais vegetarianos por natureza, igual ao leite "saudável", que damos às nossas crianças e com a consciência tranquila, para o seu bom crescimento, aos nossos avós para tratar a osteoporose... e a nós mulheres pré - menopáusicas e menopáusicas para a prevenir...

Relativamente às dioxinas, libertadas por fontes industriais como incineradoras e transformadoras de papel, elas entram na cadeia alimentar quando os animais comem plantas contaminadas. Quando consumimos carne, lacticínios ou peixe, ingerimos uma grande quantidade de dioxinas, as quais se concentram sobretudo nos lacticínios e na carne. As crianças ingerem proporcionalmente uma percentagem maior de que os adultos por ingerirem mais leite, ou por serem amamentadas por mães que o fazem.

Há ainda mais razões para evitar o consumo do leite de vaca: em bebés abaixo de um ano de idade o leite de vaca está ligado à deficiência em ferro, havendo mesmo bebés que perdem sangue através do tubo digestivo, o que reduz os stocks de ferro no organismo, cólicas e diabetes tipo I (5), (6), (7), (8), (9), (10), (11), (15)

Em crianças, as alergias ao leite e aos seus constituintes são comuns. Muitas crianças e adolescentes com síndrome de cólon irritável, autismo, asma, sinusite, melhoram depois de pararem a ingestão de leite de vaca.





a) E agora? Quais as alternativas ao leite de vaca e às proteínas de origem animal? b) E o défice em vitamina B 12? c) E as proteínas vegetais? Será que têm o mesmo valor biológico?

Para proteger os seus ossos precisa de duas coisas: 1 - ter cálcio na dieta e 2 - conseguir manter o cálcio dentro dos ossos!

Quanto ao cálcio na dieta, para o "manter" e "assimilar", correctamente dentro dos ossos as fontes mais saudáveis são os vegetais de rama verde e as leguminosas: brócolos, couves de Bruxelas, caldo verde, couve lombarda, espinafre, rama de cenoura e de nabo, agriões, acelgas etc..., são fontes muito ricas em cálcio, com uma biodisponibilidade excelente, bem como as leguminosas em geral, sobretudo o feijão de soja. A sua absorção pelo organismo é duas vezes superior à do leite, não tendo como já se disse, antibióticos, hormonas nem gorduras saturadas.

- O Mito Proteico e o défice em vitamina B 12. (16), (17)

As proteínas são nutrientes indispensáveis para a construção, manutenção e reparação dos tecidos dos órgãos. Os aminoácidos são os "tijolos" das proteínas e podem ser sintetizados a partir do corpo uns, outros vindos da dieta.

Até há bem pouco tempo, acreditava-se que quanto mais proteínas na dieta, melhor a performance atlética, a diminuição ponderal, a boa saúde em geral.

Estudos recentes vieram sim demonstrar, que o tipo mais saudável de dieta é o que contém um alta percentagem de carbohidratos, pouca gordura e proteína em grau moderado, sobretudo se esta for de origem vegetal.

Um aumento no consumo de cereais completos (integrais), frutas , legumes e leguminosas é recomendado para a perda e controle do peso, para prevenir doenças como o cancro e doença coronária.

Este tipo de dieta também é aconselhada para melhorar a performance dos atletas de alta competição. (18)

Contrariamente ao que tem sido julgado correcto, uma dieta rica em proteínas pode na realidade contribuir para a doença e não para promover a saúde.

Dietas ricas em proteínas animais, aceleram a perda de massa óssea através da urina e aumentam, em vez de diminuir, o risco de osteoporose. (10), (11)

Relativamente ao cancro, apesar das gorduras animais serem as principais implicadas, as proteínas animais em excesso também representam um risco não negligenciável. Especificamente, proteínas existentes na carne, peixe e aves, cozinhadas a altas temperaturas, especialmente se grelhadas ou fritas, originam compostos cancerígenos chamados " aminas heterocíclicas", as quais estão ligadas à presença de alguns cancros, nomeadamente da mama e do cólon. (18), (19), (20), (21), (22), (23), (24), (25), (26), (27), (28), (29), (30), (31), (32), (33), (34), (35), (36), (37), (38), (39), (40), (41), (42), (43)

Relativamente às doenças renais, quando as pessoas comem muitas proteínas, os seus subprodutos - o azoto - vão para o sangue, uma vez que em excesso, não vão ser assimilados, o que sobrecarrega o rim. (16)

No que respeita às doenças cardiovasculares já é lugar comum dizer-se que as gorduras saturadas são um risco para as doenças coronárias: mantenha o seu colesterol total abaixo dos 150! Reaprenda a comer, vá buscar os seus nutrientes a fontes não animais e aprenda a cozinhar correctamente: mude de paradigma!

Relativamente às dietas para perder peso, e ao porquê serem tão difíceis de seguir e de manter o peso perdido? (30), (31)

Muitos indivíduos vêm resultados imediatos quando começam a seguir uma dieta rica em proteínas: de facto, isso deve-se não à riqueza em proteínas da dieta mas ao facto de consumirem menos calorias. Ao longo do tempo, a continuação deste tipo de dieta torna-se inviável e acarreta problemas de saúde: pára-se e retoma-se o peso perdido! Para conseguir uma perda permanente de peso mantendo uma boa saúde, a melhor estratégia envolve: mudança de estilo de vida incluindo uma dieta pobre em gordura, consumo de cereais inteiros, leguminosas e legumes, alguma fruta, e algum exercício físico.

E agora como calcular aproximadamente as nossas necessidades diárias, de uma forma prática?

- Comer sopa de legumes todos os dias. - Comer tofu três vezes por semana - Comer vegetais, cereais integrais e leguminosas todos os dias, correctamente cozinhados. - Comer peixe branco de vez em quando (duas vezes por semana). - Se quiser, leite e iogurtes de soja (não é obrigatório). - Frutas frescas ou cozidas, da época, duas a três vezes por semana. - Oleaginosas (pouca quantidade). - Algas - nos estufados e nas sopas, se quiser todos os dias.

E acerca da vitamina B 12?  (17)

A dieta estritamente vegetariana, rica em fruta, vegetais e leguminosas, fornece em abundância todas as vitaminas e sais minerais necessários do organismo; há no entanto, uma vitamina, a B 12 a qual embora seja produzida por bactérias no intestino delgado dos animais, parece não ser bem absorvida e retida através do intestino delgado dos seres humanos.

Há alimentos fermentados de uso corrente como o "MISO", o "TEMPEH", algumas algas como a espirulina que a contêm, mas ainda assim, os estritamente vegetarianos devem tentar obtê-la doutra forma: por exemplo, todos os cereais integrais crocantes que se tomam ao pequeno almoço, o próprio leite vegetal( de arroz ou de amendoa ,aveia)fortificados, iogurtes, sobremesas várias à base de soja enriquecida, contêm complexos vitamínicos que por si só são suficientes para a ração diária necessária que é a de dois miligramas por dia.

Relativamente à hipoglicémia e aos nossos hábitos alimentares (44), é facto assente de que a maioria dos ocidentais têm uma hipoglicémia de base, ou seja, valores médios em geral baixos de açúcar no sangue; e qual é o problema? O problema é que após o pequeno almoço típico apressado tipo bica e pastel de nata ou croissant com fiambre, os níveis de açúcar do sangue sobem bruscamente, pois estamos a dar-lhe a glucose pura, que quase não necessita de ser desdobrada: chamam-se a estes alimentos, alimentos com alto índice glicémico. E o que é que acontece depois? A seguir a uma subida rápida de açúcar há uma descarga de insulina e os níveis baixam outra vez. Tudo isto rapidamente: volta a sensação de fome imediatamente!

Percebe agora porque é que engorda e come pouco? (30), (31)

A melhor maneira para controlar a hipoglicémia é através de uma dieta semelhante à que se recomenda para controlar a Diabetes Mellitus: uma redução dos açúcares simples (os rápidos), uma ingestão grande de hidratos de carbono complexos (de baixo índice glicémico e que mantêm os níveis de açúcar no sangue em "Plateau") e refeições frequentes; e se os cereais forem integrais, menor é o seu índice glicémico.

Relativamente ao cancro, qual o impacto da alimentação? (18), (19), (20), (21), (22), (23), (24), (25), (26), (27), (28), (29), (30), (31), (32), (33), (34), (35), (36), (37), (38), (39), (40), (41), (42), (43)




Perguntem a qualquer médico o que fazer para prevenir o cancro da mama: mamografias anuais desde os quarenta anos além da autopalpação das mamas, responde ele imediatamente.

Só que as mamografias anuais diagnosticam, não previnem, seguindo-se depois o longo calvário da biópsia, cirurgia, radioterapia, quimioterapia, etc. No entanto há estudos científicos desde 1982 efectuados por organismos americanos credíveis, que estabelecem forte conexão entre a dieta e o aparecimento do cancro da mama. Como já é do conhecimento comum, a maior parte dos tumores malignos da mama é estrógeneo-dependente, ou seja, quanto maiores os níveis de estrógeneo da mulher, maior a agressividade dos tumores instalados, sendo prática corrente a castração cirúrgica numa tentativa de controlar a sua disseminação.

Sabe-se também já há bastante tempo, que quanto maior a quantidade de gordura animal ingerida, maior a quantidade de estrogéneos os no sangue, quer ligados às proteínas que os transportam, quer livres no sangue, bio- disponíveis para atacar os órgãos alvo.

Há estudos recentes que confirmam que os vegetarianos têm níveis mais baixos de estrógeneos (e testosterona) no sangue e uma percentagem muito inferior de cancros da mama e da próstata, sobretudo se não forem bebedores de leite.

As mulheres ocidentais têm níveis muito mais elevados de estrógeneos do que as japonesas e chinesas que se alimentam quase exclusivamente de legumes arroz e peixe e que não incluem leite na dieta. Mas quando estas mulheres emigam para os Estados Unidos da América a percentagem de estrógeneos sobe imediatamente, a obesidade aumenta e todo o cortejo de doenças associadas aumenta, incluindo o cancro da mama.

As mulheres orientais, além disto, têm uma menarca (data da primeira menstruação) muito mais tardia do que as ocidentais, que a têm cada vez mais cedo, e atravessam calmamente a menopausa, ao contrário das ocidentais que sofrem a queda brusca dos estrógeneos ... e que para se protegeram dos seus efeitos , fazem a terapêutica hormonal de substituição com todos os riscos que esta comporta, nomeadamente acelerando a incidência do cancro da mama, e sem o benefício que se julgava até há pouco tempo, de esta proteger da doença coronária.

Relativamente ao cancro do cólon está directamente relacionado com uma dieta rica em carnes vermelhas e pobre em fibras. E como infelizmente os ocidentais que comem carne, que não tem fibras, a acompanham muitas vezes de ovo e batatas fritas ou arroz branco (não integral), não neutralizam os efeitos nocivos da carne, no decurso da sua digestão e absorção, porque não contrapoêm um acompanhamento rico em fibras, que remove as gorduras.

Mas não são só as gorduras as responsáveis na génese de cancros: no processo de grelhar e fritar, geram-se compostos proteicos altamente agressivos e e cancerígenos, as aminas heterocíclicas, implicadas também na patogenia do cancro da mama e do cólon.

Porque é que a dieta ocidental provoca o cancro e as doenças cardiovasculares?

- Porque induz altos níveis de estrogéneos e testosterona e porque é pobre em fibras que ajudam a remover o excesso de hormonas e de gordura.

E quais são então os principais desencadeantes do cancro?

- Tabaco - 30% - Alimentação - 35 a 50% - Poluição do ar ou e água - 5% - Álcool - 30% - Radiações - 3% - Genética - 5% ''



Bibliografia

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