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  • Foto do escritorDra. Fátima Santiago

Compra de indulgências


Estamos longe de compreender (alguns de querer saber) a diferença entre religiosidade e espiritualidade. Na verdade, nada têm que ver uma com a outra.

A espiritualidade não se rege por livros escritos de há milhares de anos e cujos autores são maioritariamente incógnitos. A espiritualidade não está sob o a autoridade de um guru ou duma organização. A espiritualidade é a forma de reconhecermos a nossa origem, a energia única e divina que fez o universo e que se materializa em seres mais ou menos individualizados, como nós.


A religião é produto da criação humana, responde a directrizes criadas por grupos de poder e de interesses. As religiões têm o condão de criar discípulos mais ou menos fervorosos e nem a evidência, a clara evidência, das suas contradições, demove pessoas lúcidas e inteligentes de seguirem regras morais e éticas que nem a própria organização respeita.


Veja-se o caso do luxo com que vive a maioria dos líderes das religiões. Esse mesmo luxo que os acompanha em viagens, visitas, deslocações e que se estende ao seu núcleo.


'O rei vai nú'!

E há pessoas em Portugal a dormir no metro, a passar fome e a não conseguir sentir conforto dentro de casa. Transcrevo um parágrafo de um artigo que li hoje: ''Há em Portugal entre 660 a 680 mil pessoas a viver numa situação de pobreza energética severa, ou seja, pertencem a “agregados familiares em situação de pobreza cuja despesa com energia representa mais 10% do total de rendimentos” e que acumulam a “situação de pobreza monetária ou económica” com a impossibilidade de manterem as suas casas em condições de conforto térmico. Esta é uma das conclusões a retirar da Estratégia Nacional de Longo Prazo para o Combate à Pobreza Energética 2022-2050 (ENLPCPE 2022-2050).''


Portanto, há pessoas a sofrer de frio enquanto milhares ou milhões são canalizados para obras de menor importância. E como disse Miguel Torga ''Somos, socialmente, uma colectividade pacífica de revoltados .'' As empresas de electricidade podem ser abusivas num país tão soalheiro como o nosso e os governantes podem ser corruptos numa sociedade democrática. Já os líderes religiosos podem ostentar riqueza num país pobre, como o nosso. Mas não há nada como a venda das indulgências.




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