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  • Foto do escritorDra. Fátima Santiago

Do ressentimento ao perdão

Quando se vir angustiado ou instável, devido a situações emocionalmente dolorosas ou a situações passadas que não consegue ultrapassar, coloque-se em perspectiva. Quer seja a pessoa ferida ou a pessoa que fere, faça o seguinte exercício de perspectiva: imagine todas as coisas realmente graves e vitais que podem acontecer à outra pessoa e a si mesmo. Imagine que está em situação de final de vida e a outra pessoa também. Será que as quezílias serão mais fortes que a vontade de perdoar? Isto não significa que por sermos seres mortais não sintamos, por vezes, raiva e ódio mas estas emoções não devem prevalecer e integrar a personalidade. Devem ser apenas um alerta de protecção e mudança.


O ressentimento é danoso a nível cerebral e físico. As emoções reprimidas causam transtorno durante anos e quando não são apaziguadas podem tornar-se uma doença física. E se morresse amanhã, valeria a pena continuar a alimentar esses sentimentos? Não será o tempo demasiado precioso para ser gasto de forma tão dolorosa?


TODAS as pessoas têm os seus traumas, sofreram situações dolorosas e injustas. Se o ressentimento prevalecer o mundo tornar-se-á num lugar sombrio, escuro e frio. Se todas as pessoas transportarem o seu ressentimento como uma mala que faz parte do corpo não haverá no mundo um acto de bondade, alegria e amor.


O passado só existe enquanto temos memória, depois desaparece. O futuro não existe porque é sempre presente. Agora, hoje e já. Como reagiria se deixasse o passado no seu lugar e desse oportunidade à paz e à conciliação de existirem na sua vida?


No hospital, além da morte de pessoas com idade avançada, assisto a vidas jovens condenadas à morte, devido a doenças sem cura. Nos momentos que antecedem a morte os familiares perdoam-se, choram e os ressentimentos são esquecidos por um bem maior: o perdão. E pergunto-me: Porque fazer do leito de morte o lugar da redenção e do perdão? Porque não caminhar na vida com mais paz e fraternidade? Porque os pais não perdoam os filhos, porque os filhos não falam com pais, porque os vizinhos não se cumprimentam, porque os amores não se cumprem?


Que sociedade é esta se não podemos viver a luz que brilha no nosso interior, e permitimos que a sombra nos rodeie anos a fio?


Um dia cheio de perguntas imperfeitas para a imperfeição do ser humano e da humanidade.

Se nunca pensou nisto, pense hoje.







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©  2024 por Medicina Integrativa Dra. Fátima Santiago

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