top of page
  • Foto do escritorDra. Fátima Santiago

Reconhecimento de profissionais de saúde portugueses - Enfª. Cátia Vieira

Atualizado: 27 de fev. de 2020


Cátia Vieira nasceu em 1988 no concelho de Ourém e é uma jovem enfermeira portuguesa com um percurso já admirável.


Após a sua formação em 2010 e tendo em conta as perspetivas profissionais em Portugal nessa altura, em plena época de congelamento de contratações na função pública e cortes de investimento, rumou a Espanha onde trabalhou, durante 3 anos, numa Clínica privada de Cuidados Paliativos e numa residência de idosos.






Após esse período decidiu trabalhar em meio hospitalar e rumou para Inglaterra, onde esteve a trabalhar em Watford, um hospital público numa medicina dedicada à área de Assistência a idosos (Elderly Care), uma especialidade que não existe em Portugal. Esta foi uma experiência que considerou dura e por isso, voltou a Portugal após um ano.







Em Portugal permaneceu um curto período de tempo e voltou para Inglaterra onde trabalhou durante 4 meses em Medicina Respiratória no prestigiado Hospital Royal Brompton, partindo depois para a Arábia Saudita, onde esteve durante 1 ano a trabalhar também na área da Medicina Respiratória.





Na Arábia Saudita mais do que as diferenças culturais e as dificuldades de comunicação com os pacientes (pelo número insuficiente de tradutores), encontrou discriminação racial, sendo notórios os benefícios profissionais de ocidentais europeus em relação aos asiáticos, que considera mais submissos, comparando com a cultura ocidental.





Depois desse ano regressou para o Hospital Royal Brompton, em Londres, onde trabalhou durante um ano na Cirurgia Cardio-Torácica. Após esse ano, sentiu necessidade de regressar ao país de origem, e em Portugal trabalhou no Serviço de Urgência do Centro Hospitalar de Coimbra.






Na volta a Portugal, a Enfª Cátia teve oportunidade de refletir e notar algumas diferenças nos diversos sistemas de saúde que conheceu/lidou.

Opina que Portugal tem excelentes profissionais de saúde, com capacidades polivalentes, no entanto, em comparação com o sistema de saúde inglês, sente que falta direcionar e centralizar mais o “papel” paciente. Acredita que as questões culturais têm um grande peso neste direcionamento, no sentido em que os profissionais de saúde demonstram um maior envolvimento e preocupação com a vontade do doente e com a envolvência e informação dos familiares nos cuidados prestados.






No decorrer o período que trabalhou em Coimbra encontrou algo que há muito procurava: uma boa oportunidade de voluntariado. Encontrou na Bolsa do Voluntariado um pedido de voluntariado anual da Associação Amigos de Inharrime amigosinharrime.pt/amigos-de-inharrime para o qual foi selecionada e em 2018 parte para Moçambique.






Uma palavra sobre esta Associação: A Associação Amigos de Inharrime é constituída por ex-voluntários que deram algo de si a Moçambique nos últimos anos. A Associação trabalha em parceria com as Irmãs da Congregação Salesiana (onde existem missionárias portuguesas que saíram de Portugal há 50 anos e irmãs moçambicanas que se formaram através das missionárias portuguesas, esta congregação dedica-se sobretudo à educação escolar de crianças).


Através desta associação a Cátia apoiou o Centro Laura Vicuña, criado pela Irmã Lucília. Um Centro constituído essencialmente por um internato de meninas e uma escola pública. Nesta realidade a Enfª Cátia encontrou muitos casos de gravidez na adolescência, famílias monoparentais destruturadas, HIV e outras doenças. Apesar desta realidade, a experiência foi positiva e foram criadas ligações fortes, pelo que a Enfª. Cátia espera voltar brevemente, mesmo que por um curto período de tempo.

Após esta experiência de voluntariado, a Cátia voltou a Portugal estando atualmente a trabalhar em Leiria no Hospital de Santo André.





Saliento o valor uma jovem enfermeira que com 32 anos tem um percurso de vida intensa e produtiva, que lhe proporcionou uma visão abrangente do cuidar em diferentes culturas. Como disse Santo Agostinho, "Não basta fazer o bem, é preciso fazê-lo bem."



Nota: Tendo em conta o protocolo das alfândegas que muitas vezes trava a distribuição de bens, a forma mais fácil e segura de contribuir para apoiar esta associação será através de alguém que se desloque ao país ou através da transferência de donativo para a conta da associação que é transferido e aplicado na totalidade em diversos projetos sociais/ educacionais que as irmãs apoiam em Moçambique.



Agradeço à Enfª. Cátia a disponibilidade em conversar sobre o seu percurso profissional e publicar estas informações e a cedência das fotografias aqui publicadas.

229 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
  • Facebook
  • Instagram

 

 

©  2024 por Medicina Integrativa Dra. Fátima Santiago

bottom of page