"Existe entre vós, homens de superfície, uma desconfiança mútua quando aplicais as vossas leis terrenas. Se bem que algumas delas provenham de uma ordem natural, não seguem o curso que a sua origem lhes deu, mas desviam-se, trazendo barbaridades que hoje aplicais como consequência de códigos que considerais verdadeiros, mas que na verdade carecem de substância.
Assim sendo, a vossa raça teme a aplicação das leis terrenas, duvida e procura escapar dos seus próprios juízes.
Como aplicar a justiça se não actuais com justiça? A confusão cresce de dia para dia por não existirem códigos morais; e o que chamais de ética é um tema do passado, hoje predominando só o culto e a submissão ao materialismo e ao poder da matéria. Não nos referimos só à carne, ao vosso traje físico, mas também aos vossos vícios, como o culto do dinheiro e o poder sobre os vossos semelhantes."
De uma forma muito terrena mas bem intencionada, poderemos também pensar que:
A vocação, a bondade e a competência nem sempre se conjugam e quando o fazem encontram o alto muro do sistema, este nome que engloba toda a gente, nem culpabilizar ninguém. É invisível, dilui-se, infiltra-se e pode corromper até os mais corajosos e bem-intencionados.
Quando nascemos, o mundo é sempre uma novidade, uma descoberta maravilhosa se somos cuidados e amados. Se o formos, tudo se torna mais fácil, o tal bom Dharma.
Quando começamos a crescer a bolha alarga-se, mas ainda assim temos um espaço em branco que nos permite alimentar uma "paixão"- palavra dúbia da qual não gosto,- vidé a Paixão de Cristo utilizada pelo Catolicismo - continuada pela vida, pelo que aprendemos, pelo que está por vir, pelo que ainda nos falta saber e descobrir, mas de uma forma desapaixonada, espiritualizada, não demasiado apegada à carne...
Quando entramos no mundo do trabalho formatados para o grande jogo, (LES JEUX SONT FAITS)-com obrigações e deveres, desmorona-se certa "paixão", ou melhor substitui-se a paixão, por uma dedicação mais elaborada a alguma coisa. E é essa alguma coisa que nos permite alimentar a paixão pelo tal espaço branco que a todo o tempo queremos preencher com algo que não sabemos o que é e que não implique obrigações.
Amar por amar e mais nada e viver pelo prazer de existir, seria a ILUMINAÇÃO. Claro que actualmente, esse é um tipo de iluminação ao qual a maioria de nós não alcança nunca.
Eis que vem aquele monstro estranho, gigante, que é alimentado por todos mas que ninguém sabe. E aqui o dinheiro, o poder e o prazer são a trindade que reina, levando todos a aceitar subjugadamente ou a iniciar uma revolta desorganizada contra ninguém em particular mas todos, no geral. A Sociedade assim nos formatou a TODOS, independentemente dos regimes políticos.
Há áreas deste sistema que essas guerras são permitidas e até gozadas como espectáculo pela imprensa e pela sociedade (no geral, claro) mas há outras em que esses jogos são fatais e causam muitos danos: físicos, espirituais e emocionais.
Esta reflexão é tão somente uma reflexão porque neste caso não tenho prescrição, a não ser o que digo sempre, se o bem-estar dos outros for colocado em primeiro plano, se houvesse clara intenção de justiça e igualdade, as decisões políticas não teriam apenas os números à sua frente. Ou as comissões nomeadas para investigar números... E alegremente este povo de brandos costumes, continua a adorar os 3FFFs, o Fado e Futebol e Fátima, crendo cegamente em dogmas... na venda de indulgências...e nos beijoqueiros.
![](https://static.wixstatic.com/media/6b3ce6_c3b7a2cdf8104e84bd021d17e4385e6f~mv2.jpg/v1/fill/w_77,h_77,al_c,q_80,usm_0.66_1.00_0.01,blur_2,enc_auto/6b3ce6_c3b7a2cdf8104e84bd021d17e4385e6f~mv2.jpg)