Trata-se de produção de energia de forma natural, com recurso a matéria orgânica e por isso mesmo, sem qualquer impacto na natureza.
Este biocombustível é produzido a partir da decomposição de matérias orgânicas, de origem vegetal ou animal (como restos de comida e fezes de animais, por exemplo) que num meio fechado e sem oxigénio se decompõem, produzindo uma mistura de gases, entre os quais o gás metano.
O metano é um gás combustível que pode ser aproveitado para energia térmica, eléctrica e como combustível de veículos.
O processo de criação do gás metano também é chamado 'digestão anaeróbica'.
No Nepal, as famílias usam este meio de energia para fogão a gás, antes a lenha, o que representa uma enorme facilidade e evolução. Pode ver aqui que as fezes de animais são cuidadosamente recolhidas (muitas vezes à mão) misturadas com água depositadas em biodigestores (tanques no subsolo com grande profundidade que aguentam a pressão do gás criado a partir da fermentação da matéria e impedem a entrada de oxigénio, como se fossem reactores químicos).
Este processo é tão benéfico que além de utilizar matéria orgânica que seria passiva e que se acumula no solo, gera gás e gera fertilizantes, ou seja, trata resíduos ao mesmo tempo que gera energia e matéria biológica para fertilizar o solo.
O ideal seria cada comunidade ter estes biodigestores para que se tornassem auto-suficiente. Aproveitaríamos desta forma todas as sobras de comida, comida estragada, fezes de animais e outras matérias orgânicas, ao mesmo tempo que teríamos energia em nossas casas. Este é o princípio basilar do mundo, de que pouco se fala, ou melhor muito se fala e pouco se faz: transformar o que a natureza dá em tudo o que precisamos.
O investimento é alto mas o investimento dos painéis solares também é e continuamos a assistir à galopada de preços da energia de que tanto precisamos e já nos habituámos.
Do que estamos à espera?
Espero que não aconteça o que uma criança disse numa conferência de imprensa de Boris Johnson sobre alterações climáticas de Boris Johnson.
“os cientistas estão a fazer comprimidos de iogurte que impedem as vacas de produzirem tantos gases de efeito de estufa”, ao que o primeiro-ministro britânico responde com uma piada que não fez rir ninguém:
“Comprimidos de iogurte? Achei que eram algas, mas sinceramente não sei. Estamos a fazer progressos a criar vacas que arrotam menos. São vacas mais educadas”.
Enfim, os políticos que temos falam mal e pensam ainda pior.
imagem: http://aurelliakhp.blogspot.com
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