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  • Foto do escritorDra. Fátima Santiago

Levar e deixar


Numa edição do Diário de António de 2004, Lobo Antunes recorda uma pergunta que os jornalistas fizeram ao advogado do multi-milionário americano Howard Hughes, aquando da morte deste. À pergunta quanto dinheiro ele tinha deixado, o advogado respondeu 'Deixou tudo'.


Esta questão faz-me pensar imediatamente na forma ridiculamente ambiciosa e altiva como nos colocamos perante a vida e perante os outros. Como se fossemos donos do mundo, como se tudo o que conquistamos: dinheiro, fama, poder, fossem absolutas e nos acompanhassem espiritualmente. E na forma mesquinha como ambicionamos a vida do outro, o corpo do outro, o dinheiro do outro e a sorte do outro (sem sequer conhecermos a fundo a alma e a vida da pessoa que invejamos).


Não vale a pena perdermos tempo e ocuparmos tempo com sentimentos pequenos, de mesquinhez, em fazer mal aos outros, em maldizer a vida que temos. Vale a pena sim, fazer de cada dia uma prática espiritual e uma bênção. Um reconhecimento de que é mais um dia para o espírito e menos um para o corpo. Viver em comunhão e profundo respeito com a natureza que fica, que se renova a cada dia e com as pessoas que estão no mesmo processo de desenvolvimento, de procura e de encontro.


A única coisa que de facto levamos é o desenvolvimento pessoal enquanto seres, criaturas espirituais. Nada levamos, tudo deixamos.




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©  2024 por Medicina Integrativa Dra. Fátima Santiago

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