A realidade esmagadora de países como os EUA a Rússia e a China com sistemas políticos e sociais tão diferentes e ao mesmo tempo opressores, leva-me a concluir que, por contágio, o nosso futuro tende a piorar.
Os EUA têm números altíssimos de sedentarismo e obesidade, o que inevitavelmente conduz a população a doenças graves e crónicas. Um país em que a publicidade e as empresas privadas tomam conta de tudo, as pessoas vêem-se impelidas a consumir comida rápida e processada para sentir prazer e por outro lado a tomarem opióides para reduzir a dor. Os seguros de saúde obrigam as pessoas a aceitar medicação e dificultam ou impedem o acesso a tratamentos, como a fisioterapia.
A gestão da dor é um assunto que não se aborda de forma linear. E hoje não quero particularizar a problemática da adição aos opióides legais ou ilegais como a heroína. Mas lá chegarei.
A sociedade não promove a saúde, o bem-estar e a consciência. Temos de fazer este trabalho sozinhos e encontrar pessoas que nos influenciem positivamente. Acima de tudo, para tomarmos consciência da manipulação e abuso no nosso tempo, é importante afastarmo-nos da sociedade, pensar e reflectir. No silêncio da solidão ser lúcido.
''(...) Mas até nem parvo sou! Nem tenho a defesa de poder ter opiniões sociais. Não tenho, mesmo, defesa nenhuma: sou lúcido.
Não me queiram converter a convicção: sou lúcido!
Já disse: sou lúcido. Nada de estéticas com coração: sou lúcido. Merda! Sou lúcido.''
Álvaro de Campos