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  • Foto do escritorDra. Fátima Santiago

O que as fezes dizem sobre nós


Trata-se de um assunto que infelizmente é pouco falado mas o que sai do nosso corpo pode realmente ajudar a perceber o interior. Basta recordar que no cuidado do recém-nascido e do bebé, observar as fezes é uma prática muito comum na avaliação do seu estado de saúde.


Com o crescimento assumimos que a dor é a guia para o estado de alerta e esquecemos de observar a nossa pele, as unhas, a urina e as fezes. Estas partes de nós, visíveis, só reflectem a saúde interior do corpo, pelo que vale a pena prestar mais atenção para compreender o estado do organismo.


Em princípios de Março de 2020 houve uma corrida global aos supermercados em busca de papel higiénico; também levaram pizzas, batatas fritas, enlatados e todos os alimentos processados que puderam (arroz branco, massas brancas, farinhas, açúcar, biscoitos, bolachas... ) - e, em tempos de crise e incerteza, o consolo vem da comida hipercalórica, com paladares apetecíveis, cheia de sal, açúcares, gorduras hidrogenadas, conservantes e aditivos; é normal, a ansiedade e um futuro incerto levam a estas atitudes.

Com este tipo de atitudes de superlativação, constatamos que cada vez mais há pessoas inchadas, flatulentas e irritadas...muitas vezes com exacerbações terríveis de alergias e de intolerâncias alimentares que porventura já tinham, mas que eram suportáveis..


Como, quanto e quantas vezes devemos defecar para podermos dizer que estamos saudáveis?


Há uma cidade na Inglaterra chamada Bristol que tem uma escala para isto.

Porque dois investigadores, Heaton e Lewis a desenvolveram na Universidade de Bristol nos anos 90 do século XX.

Esta escala foi validada com estudos efectuados em muitíssimas pessoas e devidamente homologados.


Voltando ao tópico, as fezes são ou deveriam ser compostas por água, maioritariamente, fibras, bactérias fecais, células intestinais e muco.


Há vários factores que contribuem para o estado das suas fezes, são eles a alimentação, a medicação, alterações hormonais, o sistema nervoso e as questões emocionais, nomeadamente o stress, a ansiedade, o estilo de vida e a prática de exercício físico.


A escala médica de Bristol, criada pelo Dr. Ken Heaton, em 1997, https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4760857/ avalia o estado das fezes, sendo esta avaliação essencial para perceber o que pode estar a afectar o seu organismo.


Nesta escala de 7 tipos, as fezes de tipo 4 representam um indivíduo mais saudável. Neste caso as fezes são macias, bem formadas em forma de salsicha ou cobra, finas, não provocam dor e passam sem esforço, diariamente.


A obstipação está representada nas escalas 1 e 2. No caso do extremo 1, as fezes são rijas, surgem como pequenas bolas, existe esforço e dor a defecar. Este caso, representa falta de água, gordura ou fibras.


No outro extremo da tabela, está a escala tipo 7, a chamada diarreia, trata-se de fezes líquidas, que passam rapidamente pelo intestino o que causa um défice na absorção de nutrientes.


Além do formato e estrutura das fezes, a sua cor também dá informações preciosas sobre o interior do organismo.


Fezes esbranquiçadas podem significar problemas no fígado, pâncreas ou vesícula.

Se as fezes boiarem podem ter excesso de gordura ou ser um sintoma de doença celíaca.

Se as fezes tiverem um tom avermelhado pode significar sangramento e doenças mais graves como inflamações, tumores ou cancros.


Esta alterações devem ser vigiadas e observadas. Além da disbiose intestinal, o seu organismo pode estar a pedir ajuda em relação a outros orgãos. E, como continuo a afirmar, a doença de um órgão afecta os demais. Somos um organismo vivo e interligado, todos os nossos orgãos comunicam e contagiam-se.


Como forma de prevenção - é aqui que está a cura, antes da doença - deve privilegiar a alimentação à base de vegetais e adequar a sua alimentação após a observação das fezes. As leguminosas, ricas em fibras solúveis, amaciam as fezes, enquanto que os frutos de casca rija, ricos em fibras insolúveis, aumentam o volume das fezes.


Porquê você que me está a ler, quando come fica logo inchado e com mal estar e tem imensos gases?


Porque tem imensa prisão de ventre e depois toma um chá de sene para "limpar" e fica com diarreia e mal disposto para voltar à velha prisão de ventre?


Porque não faz bem a digestão?


Será que não tem ácido clorídrico no estômago porque está a tomar os famosos omeprazóis e afins para proteger o estômago?


Ou terá o SIBO? Sabe o que é?

Em breve falarei nisso.

De forma alguma este tópico acaba aqui...


Aumente a ingestão de água, vegetais, cereais integrais, sementes e reduza a proteína animal, os alimentos processados, bebidas açucaradas e fast food (o ideal é não consumir). Leia os ingredientes e faça uma escolha consciente. Hoje em dia a oferta é tanta e tão variada que não há desculpa para comportamentos tão prejudiciais como os que continuo a assistir.


Partilho um estudo importante sobre a relação entre a ingestão de fibra e a prevenção do cancro colorectal https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30355393/


Mais adiante falarei do SIBO (super crescimento bacteriano) - entidade que quase toda a gente tem mas não sabe...nem os médicos.





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©  2024 por Medicina Integrativa Dra. Fátima Santiago

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