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  • Foto do escritorDra. Fátima Santiago

O reverso da medalha


É urgente que os políticos, os empresários e os cidadãos encontrem, através do diálogo, formas de conciliarem interesses que se traduzam em acções concretas.

É indiscutível a necessidade da transição energética de carros com motor a combustão para carros eléctricos. No entanto, a extracção de metais e a produção de baterias revelam-se muito poluentes e destruidoras de habitats. Ainda que em proporções muito diferentes, os países onde existe cobalto (mineral adicionado ao níquel para evitar a explosão da bateria) são extremamente afectados com a exploração mineira: República Democrática do Congo e Finlândia.


Em relação à exploração mineira, a esperança reside na infinita circularidade de matérias-primas, uma vez que os materiais são recicladas infinitamente. Isto quer dizer que uma vez criadas, as baterias podem ser reutilizadas indefinidamente. No entanto, ainda se sabe que para uma bateria eléctrica são produzidas 50 toneladas de resíduos perigosos, além dos danos humanos e naturais que a extracção provoca.

Infelizmente, na República Democrática do Congo as condições de vida das populações não estão em proporção directa com a riqueza do país, as minas foram entregues às empresas asiáticas que produzem baterias e nada garante que a matéria-prima não venha de trabalho infantil e minas artesanais, onde os trabalhadores são explorados e colocados em perigo.


É urgente que as organizações de direitos humanos continuem atentas, e nós cidadãos privilegiados, exijamos transparência no processos de fabrico. Isto serve para tudo, para qualquer produto que compremos temos de perceber a origem. Ignorar é contribuir para a perpetuação de injustiças e de destruição de ecossistemas.

No fundo, a população deveria preocupar-se em utilizar menos recursos e diminuir a sua necessidade de bens e serviços. Deveríamos todos aprender a viver com menos, recusar o que não precisamos, considerar e repensar cada compra. Estamos todos a consumir demasiado, embora o luxo se concentre numa camada pequena da população e a pobreza continue a vitimar a maioria da população, principalmente do continente africano. O desequilíbrio é gritante e somos todos responsáveis.

Vivemos num mundo em que o consumo do efémero se tornou na bengala de uma felicidade impossível. Não é no exterior que devemos procurar a riqueza, mas no nosso interior




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©  2024 por Medicina Integrativa Dra. Fátima Santiago

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