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  • Foto do escritorDra. Fátima Santiago

O suicídio crescente nos jovens e crianças


''Histórico de problemas de Saúde Psicológica, histórico de abuso físico ou sexual, histórico familiar de problemas de Saúde Psicológica e de suicídio, existência de uma doença grave, incapacitante ou dor crónica, acontecimentos traumáticos recentes na vida pessoal (desde acidentes a divórcios, mortes de pessoas próximas ou perda de emprego), situações de vulnerabilidade como pobreza, desemprego, perdas financeiras, guerras, desastres naturais, discriminação e exclusão social, bullying e ciberbullying, conflictos em torno da identidade sexual, bem como situações de falta de apoio social e sentimentos de solidão.''


Segundo a Ordem dos Psicólogos Portugueses estes são aos principais factores de risco que influenciam a decisão de morte por suicídio, que tem vindo a aumentar entre crianças e jovens em Portugal.

Diria que a montante deste problema estão as relações connosco próprios e com os outros e a jusante o que entendemos como propósito de vida e significado (e significância).


As crianças e os jovens mas principalmente as crianças reflectem o que de errado se passa na sociedade (pais e educadores incluídos).

Por um lado, temos as famílias sem valores éticos, morais e cívicos que se perdem na tecnologia; em trabalhos insuficientes, do ponto de vista financeiro e pessoal; sem possibilidade ou vontade de se educarem, de serem um exemplo, de estarem atentos a si próprios e aos seus filhos, decepcionados com a corrupção política e com a desigualdade social.

Por outro lado, temos uma sociedade que cada vez mais exige uma capacidade de ouvir, ver e fazer com uma rapidez estonteante, estimulando o cérebro com informação rápida e curta, não permitindo que a criança brinque livremente, com tempo e espaço para se descobrir a si própria e se relacionar com o mundo ao seu ritmo.

A solidão e o sofrimento da criança ou jovem passa por inadaptação a este mundo frenético que não poupa quem precisa de silêncio, lentidão e calma. Não se aceitam as pessoas tímidas, as pessoas silenciosas e as pessoas lentas - não são defeitos, são formas de existir, necessárias e essenciais para equilibrar as pessoas mais dinâmicas, extrovertidas e ruidosas.



O amor e a segurança devem começar a ser construídos internamente mas a criança e jovem precisa de ajuda na compreensão desta dimensão do ser humano, que já sente mas pode ter dificuldade em compreender, nomear e identificar. Os adultos são responsáveis por si mesmos e por aqueles que são mais vulneráveis, como as crianças e idosos. E numa sociedade doente, presa ao material que é efémero e que interiormente não colmata a solidão e a tristeza, os mais vulneráveis são os que mais sofrem.

Temos de acordar urgentemente, estarmos atentos aos nossos filhos e netos, ouvi-los, conversar com eles, procurar a sua singularidade e ajudá-los a reconhecê-la e a aceitá-la.


Temos de parar e reclamar tempo, qualidade de vida, qualidade nas relações. Não aceitar amor por smiles, likes ou corações. O amor está nos gestos, no dia-a-dia. Nada, absolutamente nada compensa a falta física, nenhuma chamada de vídeo e nenhum like. Absolutamente nada compensa o facto de não jantar com os seus filhos, não brincar com eles, não estar na natureza com eles só a contemplar, sem planos, nem tarefas.

Absolutamente nada compensa o facto de estar ao telemóvel a responder ao whatsApp ou a ver quem viu as suas histórias no instagram. Essas recompensas fictícias não valem nada comparadas com o olhar, o sorriso, a voz e o toque do seu filho, do seu neto, da sua mãe, do seu pai, do seu irmão, do seu cão ou do seu gato. Pense nisto.






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©  2024 por Medicina Integrativa Dra. Fátima Santiago

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