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  • Foto do escritorDra. Fátima Santiago

Obesidade de crianças entre os 6 e 8 anos

A conclusão de um estudo é, a meu ver, alarmante mas pouco ou nada surpreendente: entre os 6 e os 8 anos 32% das crianças tem excesso de peso e 13,5% é obesa. Estes dados referem-se a uma amostra de 7.096 crianças em 228 escolas do 1º ciclo do ensino básico no ano lectivo de 2018/2019

Isoladamente estes dados já têm em si uma conotação negativa sobre dois aspectos principais: os hábitos alimentares das crianças e a actividade física.

Estas crianças comem carne ou peixe todos os dias; 1 a 3 vezes por semana bolos, bolachas e guloseimas; e 71,3% consumia refrigerantes açucarados até 3 vezes por semana. A esta alimentação rica em açúcares, processados e carne junta-se o drama do sedentarismo.

Segundo o estudo: durante a semana quase 47,5% utilizava o computador cerca de 1h por dia e ao fim-de-semana 2h ou mais horas por dia.

Uma hora por dia parece pouco? Não é pouco, é demasiado, aliás seria perfeitamente dispensável. As crianças nestas idades precisam de brincar, conhecer os limites do seu corpo, imaginar, sentir tédio e do aborrecimento para poderem criar e precisam principalmente de ter acesso ao exterior e à natureza.

Mas hoje o nosso estilo de vida é sufocante para as crianças, depois da escola, onde passam a maior parte do tempo sentados, se não tiverem uma actividade física (orientada e estruturada, infelizmente) vão para os espaços de ocupação de tempos livres a que o professor Carlos Neto chamou invasão dos tempos livres e depois vão para casa jantar e dormir, ou jogar no computador e no telemóvel.

Acrescentando questões de ordem genética, 'já que a hipercolesterolemia foi a doença mais reportada (37,8%), seguindo-se a hipertensão (34,6%) e a diabetes (34,4%); as mães apresentavam uma prevalência de 10,8% de obesidade e 28,7% de pré-obesidade e os pais 14,5% de obesidade e 47,6% de pré-obesidade (auto-reportado)''.

A vida das crianças é um reflexo da vida dos adultos que as criam. Se os pais têm vidas ocupadíssimas, tentando sobreviver todos os dias, literalmente e financeiramente, as crianças não têm um ambiente favorável para desenvolverem todas as suas capacidades, nem a sua estabilidade emocional e física.

A maioria das pessoas com graves problemas de saúde rejeita mudar padrões alimentares, insistindo numa alimentação omnívora, com processados, gordura e açúcar. É espantoso o nível de habituação e de apego que as pessoas têm ao que já conhecem e que nem mesmo o sinal de alarme que o aumento de peso dos seus filhos as fazem questionar a alimentação.

E isto também se justifica pela intensa influência que a indústria alimentar tem na sociedade. Uma indústria que procura o que todas procuram: dinheiro, cada vez mais e cada vez mais rápido.

O estudo pode ser lido aqui.




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©  2024 por Medicina Integrativa Dra. Fátima Santiago

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