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  • Foto do escritorDra. Fátima Santiago

Poder curativo do perdão

"Ah mas o mar existe..." SOBRE O PERDÃO...E O SEU PODER CURATIVO. Todo o espírito revestido de carne é um Ser Humano muito sozinho e basicamente com medo, desde que nasce e toma consciência da sua separatividade, tentando entender a razão de ser da sua existência. Desde a dinâmica familiar, muitas vezes dolorosa e aparentemente injusta, até à formatação social e cultural, religiosa mesmo, que o conduz, com uma lógica implacável, a um trabalho que é levado a escolher...após longos anos de estudo muito direccionado e especializado, tornando-se, enfim, um activo contribuinte do sistema. Eventualmente, constitui família e repete padrões cada vez mais automatizados de comportamentos socialmente aceites para anestesiar a solidão...muitas vezes está tão atarefado que nem tem consciência dela. TODAS as pessoas são formatadas para ter sucesso, para vencer na vida, para a competição e, portanto, são inevitáveis o conflito e a divisão... um pequeno passo para as pequenas guerras. Mas o estado de GUERRA TOTAL será o passo seguinte...que não resolve nada pois tudo volta ao mesmo, ou pior. Por fim, adoece e morre quando menos espera e revoltado por sofrer e morrer, sem perceber patavina de nada e de ter semeado ainda mais discórdias. Com alguma sorte terá ajudado algumas pessoas directa ou indirectamente, regido também por códigos de conduta bem estabelecidos que se por um lado lhe cercearam a liberdade, por outro o obrigaram a contribuir para algum acréscimo do "bem-estar" comum. Ao longo da nossa pequena vida vamos construindo ódios de estimação e guerrilhas...paixões funestas..muitas vezes: colocamos no outro a nossa felicidade. NUNCA COLOCAR NO OUTRO A NOSSA FELICIDADE, É A NOSSA DESTRUIÇÃO.   O Mundo não conseguimos mudar...só individualmente podemos transformar-nos e ao fazê-lo encarar a solidão e o mundo de outro modo.  Como fazê-lo e porquê fazê-lo? O SENTIMENTO DE CULPA: A primeira coisa que temos de fazer para não adoecer é perdoar-mo-nos e depois perdoar o "próximo"...que normalmente são as pessoas mais "próximas" de nós...a família de sangue. Há explicações muito simples, fisiológicas que acontecem no nosso corpo quando estamos em estado de stress permanente e de culpa, a ele inerente. Há descargas bioquímicas que se tornam permanentes (das glândulas supra-renais: adrenalinas e outros neurotransmissores, por exemplo) que deveriam apenas responder momentaneamente a situações breves e de defesa - ao tornarem-se crónicas, promovem ou ajudam a desordenar o nosso sistema imunológico. Nós todos cometemos erros: é normal, os nossos professores são piores do que nós próprios, a vida, de uma forma geral, é-nos difícil e coloca-nos às vezes "escolhas terríveis"...ou não escolhas que vêm dar ao mesmo...Raramente tivemos uma referência sólida para nos guiar. As falhas são inevitáveis, o auto conflito também e se eu não resolver o meu sentimento de culpa, ele acaba por me destruir fisicamente, ou seja, eu adoeço.  Os ódios das "Civilizações": árabes e judeus, chineses e americanos, índios e brancos, brancos e negros, aparentemente eternos e inultrapassáveis...actualmente muçulmanos contra o Ocidente...a regra olho por olho, dente por dente: que energia gera isto? As crianças nascidas em zonas de conflito aberto já nascem com a programação para o ódio, brincam com armas...é normal o estado de guerra...a energia das grandes competições desportivas é semelhante...podem crer, a violência no desporto é a mesma onda. Como são as emoções geradas dentro de nós? Fluem como "ondas de energia " através das nossas células: aquela expressao "irradia felicidade e contagia os outros" não é vã... O contrário também é verdadeiro e também contagia...todas as nossas células possuem um "campo vibratório". O ódio ou a raiva que sentimos por outra pessoa também deixa a sua assinatura energética...

Quando estamos revoltados contra alguém, quando odiamos essa pessoa, primeiro essa emoção, essa energia  "nasce em nós", passa pelas nossas células primeiro, inevitavelmente...com os estragos associados. Odiando o outro, esse pensamento/emoção (tudo é energia) acaba por atingi-lo...e retorna muitas vezes, pela acção facilitadora de mecanismos de feed-back, para nós próprios...às vezes ampliado, pois frequentemente é recíproco. Por uma questão de mera inteligência emocional, proteja-se, não odeie, perdoe e perdoe-se...nem que o seu objectivo seja zelar pela sua saúde sem haver considerações de ordem ética, moral ou espiritual.  Há tempos assisti à morte de alguém que me deu uma lição de vida extraordinária: Uma Mulher ainda jovem, na casa dos 50 anos, com 2 filhos. Um estava presente, outro de relações cortadas desde há longa data com ela. Quando lhe perguntamos se queria vê-lo ela respondeu que estava em paz com ele e que se ele quisesse poderia vir despedir-se dela. Ele não veio, ela morreu em paz, sem qualquer necessidade de fármacos analgésicos ou outros...como que a dormir... Pouco depois saí do meu trabalho e fui dar uma volta pela praia, era cedo, manhã sem vento, ninguém na praia, eu e as gaivotas pousadas na areia. Caminhei por 2 horas, uma gaivota mais entre tantas, pacificada...respirei fundo e compassadamente e integrei essa lição para mim própria. Se agora a partilho é porque pode ajudar alguém. Todo o "veneno" que tinha ainda dentro de mim foi levado pelas águas e eu "senti" velhas feridas desaparecerem... Voltei para casa ao som da inefável ANTENA 2, poemas de Sophia de Mello Breyner à mistura com Jorge de Sena, Bossa-Nova e Fado Vadio, cantado numa tasca do Porto que se chamava Radiografia...(era uma antiga clínica). Foi bom! Cheguei a casa, sentei-me e escrevi isto...




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