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Poema Se, de Rudyard Kipling


(Versão Portuguesa da autoria de Félix Bermudes, do poema IF, de Rudyard Kipling).


Se podes conservar o teu bom senso e a calma, Num mundo a delirar, pra quem o louco és tu, Se podes crer em ti com toda a força d'alma, Quando ninguém te crê; Se vais, faminto e nu, Trilhando sem revolta um rumo solitário, Se à torva intolerância, se à mera incompreensão, Tu podes responder, subindo o teu calvário, Com lágrimas de Amor e bençãos de Perdão;


Se podes dizer bem de quem te calunia, Se dás ternura em troca aos que te dão rancor, Mas sem a afetação de um Santo que oficia, Nem pretensões de Sábio a dar lições de amor; Se podes esperar sem fatigar a Esperança, Sonhar, mas conservar-te acima do teu Sonho, Fazer do pensamento um Arco de Aliança, Entre o clarão do Inferno e a luz do Sol rizonho;

Se podes encarar com indiferença igual, O Triunfo e a Derrota - eternos impostores; Se podes ver o Bem oculto em todo o Mal, E resignar, sorrindo, o Amor dos teus Amores; Se podes resistir à raiva ou à vergonha De ver envenenar as frases que disseste E que um velhaco emprega, eivadas de peçonha, Com falsas intenções que tu jamais lhes deste;

Se és homem pra arriscar todos os teus haveres Num lance corajoso, alheio ao resultado E, calando em ti mesmo a mágoa de perderes, Voltas a palmilhar todos o caminho andado; Se podes ver por terra as obras que fizeste, Banhadas por malsins, desorientando o povo, E sem dizer palavra, e sem um termo agreste, Voltares ao princípio a construir de novo;

Se podes obrigar o coração e os músculos, A renovar um esforço hà muito vacilante, Quando já no teu corpo, afogado em crepúsculos, Só existe a Vontade a comandar "Avante!"; Se vivendo entre os Pobres, és Virtuoso e Nobre Ou vivendo entre os Reis, conservas a Humildade; Se amigo ou inimigo, o Poderoso e o Pobre São iguais para ti, à luz da Eternidade;

Se quem recorre a ti encontra ajuda pronta, Se podes empregar os sessenta segundos Do minuto que passa, em obra de tal monta Que o minuto se espraie em séculos fecundos; Então, ó Ser Sublime, o mundo inteiro é teu! Já dominaste os Reis, os Tempos, os Espaços, Mas, 'inda para além, um novo sol rompeu Abrindo um Infinito ao rumo dos teus passos;

Pairando numa esfera acima deste plano, Sem recear jamais que os erros te retomem, Quando já nada houver em ti que seja humano, Alegra-te meu Filho, então... serás um HOMEM.

Félix Bermudes




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