Temos várias características que nos distinguem dos restantes animais (não querendo isto dizer que somos superiores, muitas vezes somos o contrário), mas ao termos uma consciência reflexiva da nossa existência, essa é a qualidade que permite à espécie humana, modificar o ambiente que a rodeia e modificá-lo, construir a partir dele.
A "evolução" não se constata apenas na mudança mas no rejuvenescimento, na "ressurreição", não da carne, mas no renascer do Espírito, da Essência. Este processo de "ressurreição" surge, muitas vezes, das cinzas, de processos longos, dolorosos, com muito apego e medo.
O apego e o medo são talvez os maiores inimigos da nossa ascese, da nossa ascensão, bloqueando-a. Quem toma consciência deste facto e não age, vive em profunda dor e conflito consigo próprio e por consequência com o mundo e com os outros.
É necessário permitirmo-nos ir até às cinzas, sentir os processos dolorosos e depois renascer. E nunca se renasce igual, aqui a mudança é visível. O nosso campo electromagnético mudou, estamos, somos, diferentes.
Aproveitemos esta época de desconfinamento lento e da Páscoa para corrigir, renascer e não repetir tradições velhas que não nos servem. Cumprir a Páscoa não é apenas comer e beber, na realidade nenhuma celebração se resume a isto. Cumprir a Páscoa é renascer das cinzas, ter coragem para morrer e nascer de novo para uma nova vida em comunhão com quem somos e quem queremos ser no mundo.
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