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  • Foto do escritorDra. Fátima Santiago

Se os corais morrerem?


A pesca é a maior exploração de natureza selvagem do mundo. Se vai continuar, tendo em conta o aumento exponencial de população dos últimos 50 anos, tem de ter regras apertadas para que preserve, em simultâneo, a diversidade de vida no oceano e não estamos a falar só de peixes.


Os corais parecem plantas mas são animais, um ecossistema riquíssimo em biodiversidade com peixes, moluscos, algas e crustáceos. São seres vivos feitos de pequenos pólipos de corpo mole, cada um com uma espiral de tentáculos que se assemelham a pétalas e representam o equivalente às florestas tropicais, a nível de fauna e flora e têm a complexidade de uma metrópole.


Estes pólipos constroem uma base minúscula de carbonato de cálcio que os segura a uma colónia. Isto pode assumir a forma de um cérebro ou árvore, de acordo com a espécie. A acrescentar à complexidade destes pólipos, estão as pequenas células que usam para picar e prender os alimentos como o plâncton - as algas do fitoplâncton representam a forma mais abundante de vida vegetal. Se desaparecerem, deixa de haver trocas de dióxido de carbono por oxigénio, ou seja a fotossíntese, a qual em terra firme já está irremediavelmente comprometida pelos fogos, pelas pastagens, pela poluição associada à desorganização mental e social característica do nosso modo de "viver".


Os pólipos têm ainda pigmentos fluorescentes para controlar a quantidade de luz que assimilam e as minúsculas algas que vivem nos tecidos dos pólipos transformam a luz solar e o dióxido de carbono em oxigénio, através do processo da fotossíntese.


Se os corais morrerem, o oceano transforma-se num cemitério de corais brancos e várias espécies que dependem dos corais serão extintas e nós, mais uma vez, a achar que somos superiores seremos afectados de forma incontornável e devastadora.


E o que mata os corais? A poluição, a pesca excessiva e abusiva, o turismo desorganizado e o aquecimento global, que neste caso aumenta a temperatura e acidifica a água (e mais uma vez a nossa ignorância). A economia, de que tanto se fala agora, não existe sem vida selvagem porque nós não existiremos sem vida selvagem. Não somos donos do mundo, somos habitantes mortais como os restantes seres vivos. E é deste e doutros assuntos que os nossos governantes e as populações, com as necessidades básicas garantidas, deveriam também falar.


Para isto, não há vacinas e o confinamento será muito mais doloroso...




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©  2024 por Medicina Integrativa Dra. Fátima Santiago

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