A sobriedade e a discrição (low profile) na era da exposição
A elegância não está nem no valor da roupa, nem na forma física do corpo, nem nos bens materiais com os quais nos apresentamos. A elegância está na conjugação de factores intrínsecos como a sobriedade, a discrição e o bom-senso. E isto não significa que o silêncio e a passividade sejam obrigatórios, significa que a palavra e a intervenção são feitas com respeito e assertividade, com conta, peso e medida.
Hoje comunicamos demasiado e dizemos muito pouco. Que oportunidade temos hoje de nos reunirmos presencialmente e discutirmos um assunto em sinal de reflexão crítica com respeito pelos comentários de todos? As redes sociais não são exemplo, aliás são o exemplo do contrário da elegância, onde a objectividade se perde e os insultos são constantes.
A educação é uma sinal de elegância porque engloba a empatia pelo outro, o reconhecimento do outro e o respeito pelo outro. E a forma como tratamos o outro, representa a forma como queremos que os outros nos tratem. Receber o que se dá.
A simplicidade e o cuidado com os actos e com as palavras transformaria a sociedade num colectivo mais empático e justo.
A elegância não é sobranceria, é o ponto certo entre a subserviência e a altivez, não sendo nem uma nem outra. A simplicidade e o cuidado com os actos e com as palavras, ultrapassa os padrões estéticos e visuais. A elegância está num personalidade educada, empática, atenta, discreta e sóbria. Não se aprende mas pode procurar-se, em sinal de evolução espiritual individual e colectiva.
