A mudança é tão vital como a respiração. Tal como a respiração acompanha o corpo, a mudança acompanha a vida. É inevitável, essencial, deve ser acolhida e compreendida. A luta contra a mudança traz todo o tipo de dor e sofrimento, inclusive doenças. A força que nos impele para a mudança é quase sempre encarada com desconfiança, como se traduzisse falta de coerência e falta de lucidez mas é exactamente a estagnação e o comodismo que disso são reflexo.
A luta contra a mudança normalmente acontece por medo ao desconhecido e ao que não pode ser controlado. Mas efectivamente controlamos muito pouco, mesmo quando estamos entregues à apatia e à falsa segurança do conforto. A segurança é falsa porque se não mudamos nós, muda quem está à nossa volta, ou o ambiente, ou as condições e enquanto resistimos vamos acumulando desespero, mais insegurança e mais medo. Nesta situação de tensão e stress, obviamente o corpo ressente-se. Mais uma vez, torna-se fulcral a consciência da espiritualidade e o propósito do nosso caminho aqui no mundo da matéria, da fisicalidade. Não nascemos para trabalhar e pagar contas, nascemos para evoluir enquanto seres espirituais e essa evolução faz-se na relação com os outros, com o mundo e tomando consciência de que exactamente tudo o que acontece serve para nos alertar para o processo de evolução espiritual.
Aceite a mudança e tenha fé no processo de transformação que o Ser pede ao corpo. Se conseguir dedicar uma grande parte do dia a cuidar da sua energia, a perceber o caminho de evolução do Ser e a equilibrar o que faz com o que sente, certamente a saúde acompanhará o seu corpo.
'O que é um ser humano
excepto uma criatura parada
entre a infinidade do seu interior
e a infinidade em volta?'
Kahlil Gibran, 'O livro dos segredos', Albatroz
