A necessidade de amor e de correspondência, de ligação e de afecto levam-nos, muitas vezes, a viver com o coração na boca, uma expressão com vários significados mas que poderá também querer dizer responder com verdade em relação ao que sentimos sem ajuste ao lugar e à situação. Dizer tudo o que sentimos sem ter em atenção o lugar, o momento e o carácter do outro poderá levar-nos a um lugar de dor e sofrimento, já que a exposição do que é íntimo num espaço de pouca intimidade deixa-nos vulneráveis.
A autenticidade a todo o custo e sem reservas de protecção pode ser extremamente violenta. Criar e gerir filtros de autenticidade com consciência não é cinismo, é inteligência emocional.
Honestidade não é dizer o que se sente a todo o momento. Há um tempo e um lugar para a honestidade e esta não pode nem deve estar desfasada com o mundo, podendo ser violenta e representa uma espécie de autismo.
A segurança e a intimidade devem estar no mesmo lugar. Caminham lado a lado, já que o lugar para a intimidade deve ser seguro e privilegiado. Não é possível sermos a mesma pessoa em todos os lugares, não é possível tratamos todas as pessoas com o mesmo nível de confiança e intimidade. Para vivermos em vários ambientes é imprescindível sabermos adequar a nossa autenticidade ao espaço e aos outros. Somo um organismo vivo e ajustáveis, inclusive na gestão emocional e na comunicação de quem somos e do que queremos. Respondemos ao meio e aos outros.
Para se proteger deverá criar filtros que adapta aos outros, ao meio, ao tempo e ao lugar. A minha vulnerabilidade deverá estar protegida de forma consciente e inteligente, caso contrário torna-se facilmente exposta e alvo. Não se exponha para gerar confiança. A confiança nasce com o tempo e não com a exposição de forma ingénua e descontrolada.
Proteja a sua intimidade, a sua vulnerabilidade até criar laços fortes com pessoas que se tornaram intimas, confidentes e amigas. Não ande de alma sobre o mundo de forma gratuita e desprotegida.
