As relações estão sempre rodeadas de ambivalências e vão mudando consoante o tempo, o qual por um lado aprofunda o conhecimento íntimo e por outro cria um apego que pode ser sufocante e desgastante.
As relações íntimas são normalmente bastante desafiantes e devem ser vividas com plena consciência de que existem mensagens subliminares a ser apreendidas, em qualquer situação, para que o crescimento pessoal e espiritual aconteça. Infelizmente muitas pessoas distorcem esta perspectiva, ou melhor, ignoram-na, contribuindo para a criação de conflitos, discussões, guerras desnecessárias e sentimentos negativos que minam, sobretudo quem os sente.
Este tipo de comportamento provoca muita dor, envolvendo, muitas vezes, pessoas que fazem parte destas relações directamente, formando vínculos fortes. Estou a referir-me às crianças que têm pais desavindos e que são afastados de um dos progenitores, por teimosia, orgulho ferido e pura maldade do outro.
Podem e devem existir cedências de ambos os lados para que haja entendimento e ambos contribuam para o crescimento dos seus filhos com estabilidade emocional assegurada. E não se trata apenas de altruísmo, trata-se sobretudo de baixar a guarda e o ego para que a conciliação e a harmonia imperem.
No hospital vejo casos absurdos que nem as doenças revertem. E numa situação dramática como a doença, a compaixão e a bondade deveriam ser supremas. Fico estupefacta quando verifico que as quezílias se mantêm e até se agravam, mesmo quando a união é a mais promissora adjuvante da cura. Inqualificável...
