top of page
  • Foto do escritorDra. Fátima Santiago

Sobre o medo de morrer

De vez em quando trago este assunto à tona, não só porque me deparo com ele na minha profissão mas porque a urgência em desmistificá-lo e falar sobre ele é muita.

A morte física é natural, certa e inevitável porque diz respeito ao corpo, como toda e qualquer matéria no planeta. A morte do corpo físico faz parte do ciclo natural da vida de todos os seres vivos deste planeta no qual, de momento, habitamos, pois a Natureza é cíclica.

Muitos de nós têm medo da morte em si, da forma como se apresentará e da dor que poderá implicar. Outros temem, ou lamentam, o aparente fim da consciência individual, do EGO que nos definiu, da memória, dos pensamentos e das emoções. No fundo desejamos a permanência da capacidade de pensar, sentir e crescer, como individualidades separadas. Não fomos programados dessa maneira, não há ciências ou religiões ou vãs filosofias que nos tranquilizem quando se aproxima o fim.


De uma forma muito simplista “a nossa biografia torna-se na nossa biologia” - e é apenas isso que valorizamos e é apenas disso o medo da perda. A morte é tão somente o parto do espírito, ao abandonar o corpo, como o nascimento é o parto do corpo quando o espírito a ele se liga . Ambos através de cordões umbilicais de matéria mais ou menos densa. A nossa memória enquanto matéria, está enclausurada em neurotransmissores, na biologia do cérebro…e o cérebro tem a ver apenas com processos mentais, individualizados. Devido a este sofware há uma perda de memória mais ampla, de um Consciência Global, Universal e quem sabe, de outras vidas,necessária para o compromisso que aceitámos realizar aqui na terra.

A morte é transversal e uma consequência da fisicalidade do corpo, e é natural que assim seja. Mas é um momento que deve ser encarado com naturalidade e serenidade e que graças também à medicina, pode ser muito pacífico e praticamente indolor.

A nossa sociedade esconde a morte, arrepia-se à sua passagem e faz questão de a revestir de tragédia e dor, de negligência e erros, mas há momentos na vida muito mais dolorosos e difíceis de suportar que a nossa morte, a qual acaba quase sempre por ser pacífica. Sendo seres espirituais, a sabedoria da alma permanece, não morre e aceita as condições da encarnação provisória para continuar a aprender a lidar com os conflitos a ela inerentes... O medo da morte muitas vezes vem acompanhado de um profundo desconhecimento do mundo metafísico e na inexistente educação espiritual, já que como vou dizendo a religião e a espiritualidade nada têm que ver.

Por mais ansiedade e medo que o assunto 'morte' possa causar, é necessário retirar as capas duras que o revestem, para vermos com claridade que terminada a nossa missão espiritual o espírito e o corpo terminam o seu acordo. E por algum motivo quando o corpo morre já não o associamos à pessoa, dizemos 'deixou o corpo', porque a força anímica espiritual subiu ao todo e o corpo regressa à terra para voltar a ser outro tipo de matéria. Afinal o dia da nossa morte será apenas mais um dia da nossa vida.




4 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
  • Facebook
  • Instagram

 

 

©  2024 por Medicina Integrativa Dra. Fátima Santiago

bottom of page