Todos deveríamos actuar pelo Bem, pelo Bem individual e colectivo e isto é válido em qualquer situação e em todas as profissões. Aliás, "não basta fazer o BEM, é preciso fazê-lo bem", ainda por cima.
Tudo o que presenciamos no nosso dia a dia é precisamente o oposto. Sem falsos moralismos e sem medo do politicamente incorrecto, às vezes, no decorrer da minha existência finita nesta Terra tão doente, pergunto-me, "vale a pena lutar tanto? Merecem? Mereço?"
Ontem tive uma frase redentora mesmo no final de um dia de trabalho árduo e aparentemente inglório: nós fazemos o mais difícil, o que mais ninguém faz nem consegue fazer".
É tão verdade.
Com toda a humildade e sem falso pudor, é de facto verdade. E agradeci esta palavra salvadora. O Universo ajuda quem ajuda. Chamem-lhe o que quiserem. E é na Beleza da simplicidade que tudo se transmuta.
Já pensou que os problemas que veio resolver nesta vida mais ninguém os pode resolver e são um dos fios condutores neste mesmo plano?
Em Cuidados Paliativos tentamos sempre agir por este princípio. Mas a Medicina não é só cuidar do fim da vida ou em fim de vida. A Medicina deveria ser Integral e abranger os cuidados de saúde primários, a prevenção, a comunicação, o diagnóstico e tratamento em todas as vertentes do Ser(ESTAR)Humano. E a Ética deveria ser uma constante entre todos nós.
Infelizmente a sociedade que todos construímos (e os sistemas de saúde que temos não são excepção), é manobrada tendo em conta os interesses económicos e aos interesses económicos só o capital, o dinheiro, importa.
Na saúde quem importa são as pessoas, logo encontramos aqui um conflito de interesses em grande escala.
É com conhecimento de causa que afirmo que as equipas de Cuidados Paliativos todos os dias resolvem problemas que mais ninguém resolve e que são exímias a encontrar soluções onde todos saem a ganhar, principalmente os doentes. Mas muitas vezes contra o sistema e com um desgaste emocional tremendo.
É urgente, é prioritário respondermos aos sistemas económicos em vigor, com ética, respeitando as nossas células, o que as mantém coesas, o nosso espírito, a nossa energia, não violando os nossos valores. Só desta forma marcaremos a diferença na vida dos que nos rodeiam e transmutaremos a energia que nos rodeia de baixa, escura, densa e doente ,em saúde, beleza, bem estar e aceitação da vida e da morte de forma pacífica.
Afinal, a morte e a paliação são apenas mais uns dias a juntar aos dias finais das nossas vidas, que devem ser continuamente avaliados e superados por todos, pacientes e familiares, médicos, enfermeiros, administradores e políticos.
Numa cama de hospital, seja público ou privado, todos precisamos de ajuda, de saber e de bondade.
A isto eu chamo agir pelo Princípio da Beneficência.
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