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  • Foto do escritorDra. Fátima Santiago

Sobre o sucesso


Todas as pessoas têm uma perspectiva diferente sobre o significado do sucesso, embora todos sintamos a pressão da sociedade (e nós somos a sociedade) relativamente a aspectos mais-ou-menos definidos: o trabalho, o rendimento, os bens e as relações pessoais (estáveis ou duradouras).


Ou seja, o materialismo e a aparente estabilidade emocional são a base para uma pessoa ser vista como pessoa de sucesso. Parece que depois de crescer, debater-se com os seus dramas existenciais (quem pensa sobre eles), estudar e penar no mercado de trabalho, o casamento, filhos encantadores, um trabalho das 9h às 17h, uma grande casa e um belo carro são o sinónimo de pessoa bem sucedida. Mesmo que essa pessoa odeie o seu trabalho ou o seu chefe, ou odeia ela própria ser chefe, mesmo que o casamento não seja uma relação assim tão maravilhosa e que os filhos tenham as suas imperfeições e que afinal o rendimento não chegue para pagar as prestações do carro e da casa.

Quem rompe com este ritmo alucinante de conquista e poder aparente, pode ser tido como pessoa desastrosa, falhada ou até por génio invejado. Nunca se sabe bem em que catálogo entramos.


Acontece que somos todos tão particulares, com as nossas idiossincrasias, que é bastante difícil encontrarmos um amor para a vida toda, um trabalho para a vida toda e uma casa e um carro para a vida toda. Mudar de emprego pode ser a melhor opção, mudar de área profissional pode ser vital, terminar uma relação pode ser essencial e arrendar casa em vez de comprar, pode ser a melhor opção. O conceito de sucesso deveria ser muito subjectivo, criado por cada um de nós à medida de cada um de nós. Aliás, os preconceitos em relação aos bens e ao rendimento deveriam ser substituídos pelo carácter. Uma pessoa rica que seja arrogante e mal-educada não deveria ser mais considerada que uma pessoa empática e generosa, mesmo que pobre.


Se somos nós que criamos a sociedade, podemos começar por escolher quem vamos aplaudir, a que nos prestamos quando saímos de casa para um evento público, quem acompanhamos nas redes sociais, que programas vemos na televisão e o que fazemos por nós próprios. Quais são as nossas opiniões, como formamos as nossas opiniões e que hábitos mantemos e o motivo pelo qual os mantemos.


Deixar de sofrer a ansiedade de alcançar o chamado sucesso mas reconhecer o que precisa o nosso espírito para crescer e amadurecer. O sucesso é aquilo que fazemos com a vida e o que deixamos que a vida faça connosco. Temos uma palavra a dizer, temos poder de acção e de decisão mas não somos árvores, não estamos estagnados à mercê da crítica da sociedade. Façamos o que fizermos, nunca agradaremos a gregos e a troianos.




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©  2024 por Medicina Integrativa Dra. Fátima Santiago

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