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  • Foto do escritorDra. Fátima Santiago

Tanta pressa para chegar onde e para fazer o quê?


Nunca tivemos tanta tecnologia e nunca tivemos tanta pressa. A promessa de que os avanços tecnológicos dar-nos-iam tempo de qualidade não se cumpriu porque somos nós (o nosso tempo, a nossa atenção e o nosso dinheiro) o alvo de qualquer empresa e ideologia.


Se cada um de nós não encontrar, neste mundo, formas de manter sanidade mental e quietude espiritual, não serão as religiões, nem as modas, nem as seitas que nos darão o que precisamos. A procura de equilíbrio é pessoal e a transformação interna. Aliás, viemos ao mundo criar e resolver conflitos, aliás saber resolvê-los de forma a encontrar nesse conflito uma forma de mudarmos a energia e o padrão, cumprindo a perspectiva de crescimento espiritual. E nesta constante criação e resolução, aprendemos a estar no mundo, não sendo verdadeiramente do mundo…estar não sendo. Viver a experiência do espírito com uma roupagem física transitória…e ultrapassar as limitações do ego, fortalecendo o Espírito.


Deveria ser esta a premissa de qualquer ideologia religiosa: a verdadeira espiritualidade na compreensão entre a comunhão corpo e espírito neste mundo mas as suas diferenças na concepção do universo, enquanto energia divina. Infelizmente o que assistimos é uma indecorosa cultura do medo, do temor à morte e a Deus e uma absurda fidelidade a textos e livros que ninguém sabe quem escreveu e com que propósito e condições, embora sabendo que foram escritos há milhares de anos. Há lugar a conversa e interpretação desses textos nas celebrações religiosas? Ou cumprem-se uma série de rituais que ninguém sabe justificar e enquadrar? Pior, há transformação espiritual durante ou depois desses rituais? Depois de comer o pobre cordeiro sem mácula, sente-se mais próximo de Deus?


Nesta época, se puder, esteja atento às coisas essenciais e simples da vida, passe tempo com os seus e na natureza. Compreenda que não vale a pena negar o seu espírito mas também nada o mudará se continuar a cumprir rituais religiosos cujo intuito foi apagar rituais pagãos, ligados à natureza, e substitui-los por novos rituais relacionados com a vida de um homem que nasceu e morreu e que marcou uma época com o seu exemplo e vida. É justo dizer que Jesus, como outras figuras da história foi mitificado depois de morto e que o essencial da sua vida foi ajustado de forma a criar uma lenda que suscitasse adoração e paixão, sentimentos que tornam as pessoas facilmente manipuláveis.


Se não existir verdadeira transformação interior, de nada serve o cumprimentos de rituais. E de nada vale deixar-se enredar pelas malhas do consumismo e do mercado que fazem do coelho a figura espantalho desta época. Simbolicamente, no paganismo o ovo do coelho representa a fertilidade, o nascimento e a esperança da vida, por se tratar de um animal muito fértil mas por outro a religião atribui ao pobre cordeiro, símbolo de pureza, a missão do sacrifício, sendo morto e degustado no dia em que Cristo terá ressuscitado dos mortos (ressurreição também ela simbólica). Faz algum sentido comer um cordeiro e a seguir um ovo de chocolate em forma de coelho. É para isto que vejo as pessoas correr nas estradas para depois as encontrar nas macas do hospital?




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