A Passiflora incarnata L. é uma planta, vulgarmente conhecida como flor-da-paixão e maracujá, entre outras denominações. Trata-se de uma espécie do género Passiflora, da família Passifloraceae usada desde a antiguidade pelas suas propriedades medicinais, especialmente pelas suas propriedades ansiolíticas.
As partes usadas são as raízes, os caules e as partes aéreas secas, que podem ter flores e/ou frutos.
Os constituintes da planta aos quais é atribuída actividade farmacológica são os flavonóides, o maltol, os alcalóides indólicos e os glicósidos cianogénicos. Os compostos apigenina e a crisina demonstraram contribuir para a actividade antitumoral através da inibição do crescimento de células cancerígenas da tiróide, da inibição do crescimento de tumores da próstata e da inibição do crescimento do carcinoma da mama.
De acordo com as suas propriedades terapêuticas, esta planta está indicada para o tratamento de distúrbios de ansiedade, insónia e distúrbios de sono, tratamento da síndrome de abstinência, tratamento dos sintomas da menopausa, tratamento da tosse e no tratamento do Distúrbio da Hiperactividade e Défice de Atenção, irritabilidade, transtornos nervosos e manifestações psicossomáticas, sintomas de alcoolismo e no tratamento da enxaqueca, devido às suas propriedades sedativas.
Relativamente à ansiedade, considerada uma patologia psiquiátrica que se caracteriza essencialmente por um medo excessivo, pode ser considerada muito incapacitante e limitadora, levando a uma alienação, tristeza profunda, absentismo, hospitalização, prescrição de medicação e até suicídio.
A procura de alternativas terapêuticas à medicalização advém do facto de, acordo com um estudo da Universidade de Coimbra, de 2014, sobre o O Uso Medicinal da Passiflora incarnata L., "25% dos doentes não respondem o tratamento com benzodiazepinas e esta podem induzir dependência, tolerância e sedação. Assim sendo, alternativas terapêuticas mais seguras são desejadas".
Pode ser tomada como infusão, tinturas e comprimidos, podendo ser encontrada em farmácias e em drogarias mas só devem ser consumida se for recomendada pelo médico ou farmacêutico.
A planta está contra-indicada durante a gravidez, uma vez que pode induzir contrações uterinas. Os casos de hipersensibilidade verificados com a planta são raros.
Actualmente, com o crescente interesse que se verifica pelas plantas medicinais, o consumo desta planta tem aumentado, no entanto, os investigadores acreditam que só uma pequena parte dos compostos bioativos foram devidamente identificados. Portanto, os estudos realizados com a planta são insuficientes, o que implica a necessidade da continuação dos estudos.
